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Já se passaram quatro anos...
- 22-Feb-2006 - 0:25

Não gosto – e nem é meu hábito – celebrar ou comemorar a morte de alguém, principalmente se esta teve contornos violentos como foi a de Jonas Malheiro Savimbi, líder e fundador da UNITA. Não gosto, não é o meu hábito, e, uma vez mais, não vou alterar a minha postura até porque, em vida, apesar de, ultimamente, não concordar com alguma da sua postura e das atitudes mais belicistas da UNITA, mereceu sempre o meu respeito pessoal.


Por Eugénio Costa Almeida
Mestre em Relações Internacionais e Doutorando em Ciências Sociais


Todavia não posso, nem quero, deixar passar em claro esta data dado que, quer queiramos, quer não, muito contribuiu para a abertura do caminho que nos leva à PAZ.

Só que, e no entanto, já passaram quatro – quatro – anos e a PAZ ainda não está consolidada. Porquê? muito simples: apesar de já se terem passado quatro anos e o que aconteceu, claramente, de útil, na sociedade angolana?

Nada, ou quase nada, digno de verdadeiro registo.

As eleições legislativas e presidenciais continuam adiadas; o investimento estrangeiro, salvo o chinês que está clara e fortemente coberto pelo petróleo, não existe, em grande parte por culpa da nossa legislação e da nossa burocracia – sim, é certo… também tem outro nome –; a sociedade civil – leia-se política – continua a ser mandada e comandada de fora para dentro, ou seja, continua a ser fomentada, manuseada e gerida por um partido, onde, lamentavelmente, alguns dos seus dirigentes continuam pensar que Angola é seu feudo natural e não um País e uma Nação que deveria ser enobrecida pelos actos naturais do seu povo e dos seus mandatados.

A cultura é periodicamente abanada por actos meramente jornalísticos e para consumismo político; recordemos a vontade de tornar as línguas nacionais na base da nossa coexistência e união, sem terem em conta que, apesar da raiz banto, pouco têm em comum – um angolano do centro-litoral dificilmente entende um angolano do nordeste ou do sudeste, ou as dificuldades que um falante kikongo passa por se fazer compreender por um falante tchokwé.

Sejamos práticos. Desenvolver as línguas ditas nacionais e torná-las em línguas culturalmente vivas, sim; considerá-las no futuro elo de união na Nação angolana é brincar com os sentimentos culturais do diversificado mosaico cultural angolano.

Mas, apesar de terem passado já quatro anos, nada de fez? Também não é verdade.

À custa dos chinodólares extraídos do crude, Angola vê a sua aorta principal recuperada; o CFB está quase a (re)ligar Lobito – e é no Lobito que está a testa do CFB e não como alguns idiotas escrevem, ou desejam, em Benguela – ao Luau; e daqui para toda a panóplia férrea que atravessa a região centro e austral de África, com evidentes benefícios para o porto do Lobito, podendo torná-lo, de novo, no maior e mais importante da África Ocidental.

Deixou de existir dois exércitos em Angola, é verdade. Contudo, nem por isso deixam de persistir grupelhos armados que praticam actos impróprios de uma sociedade civil democrática, como os verificados, há bem pouco tempo, no Bailundo com o assassínio de um padre português – diria mais um verdadeiro angolano que nunca, nem mesmo nos períodos mais negros da História angolana, abandonou o seu posto – ou os pseudos grupos de segurança fomentados e alimentados por algumas sociedades locais em nome da sua protecção pessoal e privada mas que mais não são que “carne para canhão" como os foram, segundo algumas vozes, detectados no Iraque, no Mali, ou em outras regiões de conflito, sem que as autoridades nacionais consigam impedir.

Por outro lado, Angola está, economicamente, a crescer cerce de 30% ao ano) três vezes mais que os chineses). Devido a quê, se não há, como parece não haver fazendo fé nas críticas que se lêem e ouvem de potenciais investidores, um verdadeiro e claro investimento privado estrangeiro, ou do estrangeiro? À subida artificial do valor do petróleo? Não será por certo devido à indústria ou às exportações dela resultantes.

Mas a sociedade angolana pode sobreviver só com a reabilitação do CFB, ou da linha-férrea de Luanda ou da proposta megalómana chinesa para o Icolo e Bengo? É evidente que não!

Angola deve procurar fugir dos últimos lugares que ocupa em mortalidade infantil, da falta de médicos e farmacêuticos, do pouco honroso lugar que ocupa entre os mais corruptos – bom, pelo menos os nossos governantes assumem esse problema, ao contrário de outros países que os têm, e muito, embora o reconheçam e desmintam essa existência – procurar acelerar a desminagem do país mais minado do Mundo para desenvolver as outras vias terrestres e, consequentemente, podermos desenvolver a agricultura, a indústria mineira e transformadora. Ou seja, desenvolver claramente o país.

Bolas, é que já passaram quatro anos…


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