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Governo oferece iniciativas de reinserção a militares contestatários
- 9-May-2006 - 19:30
O executivo timorense está a desenvolver um programa de reintegração para as centenas de militares contestatários, parte dos quais se encontra concentrada em Aileu, disse um alto responsável das Forças Defesa de Timor-Leste (F- FDTL).
A fonte precisou que o programa de reintegração abrange apoio financeiro, incluindo subsídios e o eventual pagamento dos salários dos últimos meses - a que os soldados não tinham direito por terem abandonado o quartel no início de Fevereiro.
"Há muitos soldados que já aceitaram esse apoio e que regressaram às suas regiões. O governo está a procurar criar condições para que se possam reintegrar, arranjar trabalhos nos distritos e até irem trabalhar para fora do país", disse o oficial timorense.
A tensão política e de segurança em Timor-Leste agravou-se nos últimos dias depois de uma manifestação de cerca de 600 militares contestatários que terminou com confrontos com a polícia dos quais resultaram cinco mortos e dezenas de feridos, segundo números oficiais.
Numa tentativa de contribuir para a resolução da crise, o comando da F-FDTL tem vindo a desenvolver um esforço "tripartido" que, segundo a fonte militar contactada telefonicamente pela Lusa, pretende restaurar a calma entre a população e evitar a violência.
"Estamos a tentar explicar a situação e pedir calma à população, a apelar ao grupo para que não use a violência e a cooperar ao máximo com a comissão de inquérito", disse a fonte.
"Esta é a única forma viável de solucionar o problema, evitando recorrer a outros meios que não interessam a nenhum timorense", considerou.
Numa entrevista esta semana à TVTL, o comandante das F-FDTL, Taur Matan Ruak, reiterou a necessidade de proteger a jovem independência de Timor-Leste, consolidando as instituições democráticas e procurando apostar apenas na "legitimação popular" como via para alternância política.
Na entrevista Matan Ruak considerou que a tensão que se vive hoje em Timor-Leste nasceu de "um problema disciplinar que assumiu contornos políticos", visíveis no facto de os soldados terem passado de queixas sobre alegada discriminação nas F-FDTL a pedidos para a queda do governo.
Um oficial das F-FDTL garantiu hoje que de entre os militares contestatários apenas um acompanhou as Falintil durante os 24 anos de luta contra a ocupação indonésia.
A mesma fonte revelou que o porta-voz do grupo dos soldados contestatários, tenente Salsinha, foi segundo classificado no curso de capitães ministrado a membros das F-FDTL por militares portugueses, tendo sido escolhido para uma deslocação a Portugal.
No entanto, acrescentou, a promoção e a visita a Portugal foram suspensas depois de Salsinha ter sido "apanhado pela polícia, a 02 de Abril de 2005 e acusado de envolvimento no tráfico de sândalo", uma das madeiras timorenses protegidas.
Taur Matan Ruak acabou por recuar ligeiramente na decisão emitindo um segundo despacho que requeria a clarificação de mais dados, ampliando o prazo das investigações que não chegaram a ser concluídas devido à fuga dos soldados.
Questionado sobre as queixas de discriminação apontadas pelos militares contestatários como motivo central dos seus protestos, o responsável das F-FDTL afirmou que o comando das forças timorenses facultou já dados à Comissão de Inquérito oficial que "confirmam não haver discriminação nas promoções".
"Temos oficiais de quase todos os distritos e explicamos, com uma detalhada base de dados, quais os motivos porque foram escolhidos e como", referiu, escusando-se a precisar mais detalhes.
Ainda assim confirmou que todos os soldados contestatários são oriundos dos distritos a oeste de Manatuto.
A actual tensão em Timor-Leste tem origem num movimento que remonta a Fevereiro e envolve cerca de 600 militares contestatários, entretanto afastados do exército com o apoio do governo, que alegam ser vítimas de "actos discriminatórios" por parte dos seus comandantes.
A situação agravou-se no final de Abril, depois de os militares contestatários se envolverem em confrontos com a polícia em Díli durante manifestações na capital, incidentes que fizeram cinco mortos e dezenas de feridos, segundo números oficiais.
As tensões provocaram nas últimas semanas um verdadeiro êxodo da população da capital para as montanhas em redor, estimado pela ONU em mais de 70 por cento da população de Díli, ou seja cerca de 90 mil pessoas.
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