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Confrontos entre grupos rivais em Díli, dezenas de detenções
- 8-Aug-2006 - 13:58
Confrontos entre grupos rivais em vários pontos de Díli continuam a marcar a vida na capital timorense, com cerca de meia centena de detenções desde a passada sexta-feira, disse hoje fonte policial internacional.
Os incidentes mais recentes ocorreram cerca das 13:00 horas de hoje (05:00 horas em Lisboa) junto ao campo de deslocados situado entre o porto de Díli e o Hotel Timor, no centro da capital, com a polícia australiana e a GNR a efectuarem três detenções após lutas à pedrada entre dezenas de pessoas, jovens na sua maioria.
Os confrontos opõem grupos que se reclamam da parte leste do país por oposição aos da zona ocidental, e têm-se verificado em vários pontos da cidade, com destaque para os bairros de Comoro e de Bebonuk.
A Lusa percorreu hoje o bairro de Bebonuk, e testemunhou que os grupos rivais se controlam mutuamente, com contacto visual.
A situação de tensão tem levado as polícias da Austrália, Malásia e a GNR a acorrerem diariamente àquele bairro, onde duas instituições religiosas, as Carmelitas e Irmãs do Sagrado Coração de Jesus, voltaram de novo a acolher dezenas de populares que pretendem fugir dos confrontos, reeditando a situação registada em finais de Maio e Junho passado.
As autoridades timorenses acreditam que a chegada da força policial integrada na futura missão das Nações Unidas permitirá resolver rapidamente a situação de instabilidade que ainda se regista.
O primeiro-ministro, José Ramos-Horta, em declarações à imprensa nesta segunda-feira, proveniente de uma visita oficial ao Kuwait, salientou que o futuro contingente policial da ONU terá 1.600 efectivos.
"A força policial da ONU chega em finais de Agosto ou princípios de Setembro e será então possível implementar o que achamos que seria a situação ideal para assegurar a tranquilidade nos bairros, e que é a instalação de postos nos bairros e intensificação da frequência das patrulhas", anunciou Ramos-Horta.
Devido à continuação de incidentes opondo grupos rivais, o número de timorenses deslocados, que vivem em campos de acolhimento espalhados por Díli e no interior do país, aumentou, fixando-se agora em 152 mil.
Em declarações recentes à Lusa, Finn Reske-Nielsen, coordenador da ajuda humanitária das Nações Unidas, disse que em Díli estão registados 72 mil deslocados e os restantes 80 mil em campos situados fora da capital.
Para Reske-Nielsen, continua a ser difícil convencer os deslocados a regressar às suas casas.
"Esperamos que o problema possa ser resolvido, mas é difícil, porque as pessoas ainda têm medo. Mesmo com a melhoria da situação em Díli, as pessoas ainda estão assustadas e os problemas fundamentais ainda não estão resolvidos", acrescentou.
Reske-Nielsen considerou que persistem os problemas políticos que estão na base da crise político-militar desencadeada em finais de Abril.
"A divisão leste/oeste ainda é um grande problema", vincou.
A crise timorense iniciou-se com a violência registada no final de uma manifestação patrocinada em finais de Abril por ex- militares, maioritariamente provenientes dos distritos ocidentais do país e que alegaram ser perseguidos no seio da instituição por razões de ordem étnica.
A desintegração da Polícia Nacional e as divisões no seio das forças armadas, além da actividade de grupos de civis armados no saque e destruição de bens públicos e privados, contribuiu para o acentuar da crise, entretanto significativamente ultrapassada com a vinda de cerca de três mil militares e polícias enviados pela Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, a partir de 25 de Maio, a pedido das autoridades timorenses.
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