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Entrevista de ex-amante complica ao presidente do Senado
- 10-Jun-2007 - 19:11
Uma entrevista da antiga amante, a jornalista Mônica Veloso, complicou a situação do presidente do Senado brasileiro, Renan Calheiros, acusado de receber recompensas de uma empresa de construção.
Em declarações à revista semanal Veja, Mônica Veloso contestou a versão de Renan Calheiros de que os pagamentos da pensão da filha do senador eram depositados directamente na sua conta bancária.
«Dinheiro era sempre com o Cláudi»", afirmou a jornalista, referindo-se a Cláudio Gontijo, representante da empresa Mendes Júnior, supostamente beneficiada em contratos e concursos públicos pelo presidente do Senado.
Renan Calheiros está actualmente no centro de um grande escândalo político, após investigações da Polícia Federal terem revelado um esquema milionário de desvio de recursos públicos por meio de fraudes em obras, no âmbito da chamada Operação Navalha.
O presidente do Senado ainda não conseguiu comprovar, segundo a imprensa brasileira, que os pagamentos feitos à antiga amante foram realizados a partir de recursos próprios e não de recompensas da empresa de construção, uma das maiores do sector.
O senador, um dos principais aliados políticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está a ser investigado pela Comissão de Ética do Senado, por suspeita de quebra de decoro parlamentar pelo estreito relacionamento que mantinha com o representante da Mendes Júnior.
«Renan nunca disse que o dinheiro era dele. Eu recebia uma pensão e não tinha sentido perguntar de onde vinha o dinheiro», salientou a jornalista, de 38 anos, à principal revista semanal brasileira. «Isso parece importante agora por causa desse turbilhão, mas para mim não era. Eu recebia o dinheiro, em espécie, com o Cláudio (Gontijo) e pronto», sublinhou a antiga amante do presidente do Senado.
A jornalista, ex-apresentadora de um jornal de uma emissora de televisão e agora proprietária de uma produtora, salientou que decidiu contar a sua versão do relacionamento depois de ser acusada de chantagem. A antiga amante avançou ainda que foi morar para uma residência de luxo, num bairro nobre de Brasília, por sugestão do próprio presidente, por forma a evitar que a sua gravidez se tornasse uma questão pública.
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