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O primeiro mega-shopping de Maputo e a «Sociedade das Nações»
- 14-Oct-2007 - 18:08


Inspirado no cosmopolitismo do Chiado português, feito por construtores chineses e com materiais do Médio Oriente à Europa, "decorado" pessoalmente pelo proprietário: mais do que o maior centro comercial do país, o Maputo Shopping Center é um mosaico colorido de Moçambique.


Por Pedro Figueiredo
da Agência Lusa

Ao entrar no edifício com que Moçambique entra na era dos grandes "shopping centers", que abre as portas no próximo dia 26 de Outubro, salta à vista a abundância de "neons" de todas as cores, a exuberância dos dourados, as portas de madeira maciça com dragões esculpidos e a mesquita com espaço para 200 pessoas, encimada por uma meia lua.

Mas esses acabam por ser os pormenores mais banais de um "shopping" que demorou cinco anos a ser construído e nasceu num pequeno terreno semi-abandonado na baixa de Maputo, junto ao porto da cidade, onde esteve para ser construído um armazém, e que foi crescendo "ao sabor dos acontecimentos" e dos "erros cometidos".

"Isto foi uma decisão familiar. Fomos construindo. Mais tarde cederam-nos outro espaço, anexámos este, houve muitas alterações. Isto foi feito do fundo do coração, todo o empenho, toda a dedicação", lembrou à agência Lusa Mohamad Bashir, director e proprietário do grupo MBS e investidor único no centro comercial, cujo custo disparou de oito milhões para 34 milhões de dólares.

Ao terreno inicial, propriedade de Mohamad Bashir, um dos homens mais ricos de Moçambique, foram sendo anexados outros terrenos contíguos à medida que novas ideias, como a de construção de um hipermercado anexo ao "shopping", foram surgindo (por não ter sido previsto no projecto inicial, o edifício do "hiper" apresenta mesmo um desvio arquitectónico em relação ao corpo central do "shopping").

Sentado numa secretária igual a todas as outras que compõem a "sala de comando" envidraçada onde se prepara noite e dia a abertura do Maputo Shopping Center confere com um grupo restrito de colaboradores os últimos pormenores daquilo que apresenta, em voz baixa e compassada, como "um sonho de há muitos anos".

"Dei todo o meu empenho, os acabamentos foram todos feitos por mim, ideia aqui, ideia ali. Fui eu pessoalmente comprar o material e somente adjudiquei ao empreiteiro que está aqui a colocação do material. Fui buscar os acabamentos de topo, o material de topo, de alta qualidade. Vou gerir isso aqui com todo o gosto e toda a dedicação", assegura, enquanto vai percorrendo com um olhar inquisitivo a azáfama em seu redor.

E Mohamad Bashir não regateou para moldar um projecto em que a "intenção da rentabilidade" não foi critério principal e a que dedicou "todo o amor e carinho": os alumínios foram fabricados na Bélgica, os vidros na Áustria, o granito no Brasil, os mármores em Espanha e na Itália. Ao Brasil foi buscar uma equipa de especialistas na gestão de centros comerciais.

"Levei os técnicos chineses várias vezes aos Emirados [Árabes Unidos] e outros países para mostrar os tectos, para mostrar o tipo de tecto que queria", ilustra mesmo o investidor, diante de uma secretária repleta de papéis empilhados e um modelo em miniatura de um carro desportivo Porsche Cayene (no oitavo andar do edifício principal do "shopping" tem um gabinete com 500 metros quadrados que mais tarde irá ocupar, onde não falta uma casa de banho com torneiras douradas e um enorme jacuzzi).

Ao longe, nos altifalantes do primeiro grande centro comercial de Maputo, ouvem-se vozes femininas de dicção ainda insegura e hesitante, que vão desfiando alternadamente em inglês e português a ladainha que há-de embalar todos quantos visitarem a novíssima "catedral" do consumo moçambicana. Esperam-se 15 mil visitantes diários.

Enquanto isso, em livrarias, sapatarias, lojas de telemóveis, salões de beleza (o "shopping" tem nos seus quatro andares 180 lojas, 30 escritórios, 14 restaurantes, duas salas de cinema e uma zona de jogos) o som mais ouvido ainda é o dos berbequins e dos martelos. Noutras arrumam-se já produtos nas prateleiras, colocam-se etiquetas e fazem-se os testes derradeiros para garantir que nada falha dentro de duas semanas.

Por todo o lado vêem-se operários da empresa chinesa Sogecoa (a quem têm sido adjudicadas várias obras públicas em Maputo) a executarem os acabamentos finais do espaço.

Não é diferente o cenário no "Hiper Maputo"- que apenas rivaliza em dimensão a segunda "loja âncora" do shopping, de equipamento electrónico -, onde o visitante é recebido com a inscrição a letras coloridas: "um mundo ao seu dispor".

O gerente deste espaço, Issuf Mahomad, fala com orgulho de um "hiper" que, assegura, será "um dos três maiores" do género na capital moçambicana (com cerca de 3.100 metros quadrados) mas que se distinguirá, acima de tudo, pela "diversidade de produtos" (só não vende carne de porco e bebidas alcoólicas, em função da religião professada pelos proprietários).

"O facto mais importante é a diversidade de produtos, vindos de toda a parte do mundo", assinala, atalhando com o argumento que universalmente justifica este tipo de espaços: " num sítio só as pessoas podem fazer as suas compras e ter serviços e lazer, porque estão num ´shopping center´. E tudo isso em segurança".

"Em Lisboa todos os shoppings têm um supermercado muito bem apetrechado e a partir daí o shopping é sucesso. O hipermercado traz audiência. As pessoas querem comprar tudo num sítio, onde haja maior segurança. Esses aspectos são suficientes para o shopping ser sucesso", reforça Mohamad Bashir.

No hipermercado, há mais de 20 mil produtos provenientes de mais de 30 nacionalidades, incluindo muitos portugueses - nas prateleiras alinham-se já azeites, azeitonas, polpa de tomate, entre outros produtos lusos.

"O hipermercado é a âncora do empreendimento e vai ser a sua principal bandeira", acrescenta o brasileiro Cláudio Melo, responsável pela abertura e implantação do centro comercial.

A duas semanas de serem abertas as portas do Maputo Shopping Center - já inaugurado, a 10 de Maio, pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza - Mohamad Bashir confessa ter reconsiderado em momentos sucessivos a sua opção inicial - "várias vezes veio o arrependimento", revelou - mas manifestou confiança na iniciativa.

"Vai ser sucesso, vai ser um cartão de visita de Moçambique. Não deixo de estar assustado, mas é uma convicção da minha parte. Vai ser um sítio de lazer, de concentração. Vai trazer muitas vantagens para o país", advogou.

Numa cidade onde impera ainda o comércio informal, praticado nos passeios e por milhares de vendedores ambulantes, com a forte concorrência dos estabelecimentos análogos existentes na vizinha África do Sul (de Maputo à fronteira são apenas cerca de 70 quilómetros), visitados amiúde pela emergente classe média moçambicana, a "prova dos nove" para o Maputo Shopping Center está ainda por fazer.

Mas há uma batalha - a da diversidade - que já foi ganha antecipadamente por um espaço que é uma paleta colorida dos muitos mundos de que o país é feito, como resume numa frase Issuf Mahomad: "eu podia chamar a isto a Sociedade das Nações".


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