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Comércio domina visita do oresidente Lula da Silva a Pequim
- 15-May-2009 - 11:34
A viagem do Presidente Lula da Silva à China, nos próximos dias 18 a 20, será marcada por interesses comerciais e tem como ponto de partida o facto de o país asiático ser hoje o maior parceiro de comércio do Brasil.
No mês passado, a China ultrapassou a liderança de 80 anos dos Estados Unidos, com trocas comerciais com o Brasil que atingiram 3,2 mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de euros).
Já as exportações e importações entre brasileiros e norte-americanos em Abril somaram 2,8 mil (2 mil milhões de euros).
A actual liderança da China, a única grande economia do mundo a crescer mais de seis por cento neste ano marcado pela crise mundial, deve repetir-se nos próximos meses no comércio com o Brasil, segundo especialistas.
O interesse em aumentar o volume de comércio com o gigante asiático já foi expresso pelo Governo brasileiro, que pretende também, segundo o próprio Presidente Lula da Silva, propor aos chineses a substituição do dólar pelas moedas dos dois países nas trocas bilaterais.
Segundo o PR do Brasil, a actual crise económica mostra que, com o tempo, será necessário trocar o dólar como moeda de referência.
"Como o dólar é actualmente a moeda universal, o dinheiro sai dos países emergentes e vai para os títulos do Tesouro americano, o que é um contra-senso. Precisamos criar novos mecanismos para não ficarmos tão dependentes do dólar", defendeu Lula da Silva recentemente.
Na avaliação do economista José Carlos Oliveira, professor da Universidade de Brasília (UnB), a proposta brasileira será bem recebida pelo Governo de Hu Jintao, mas há riscos para o Brasil.
"Os riscos do dólar e do euro são transparentes no mercado, o que não acontece com o yuan, que pode ser manipulado por interesses do Governo", disse Oliveira à Lusa.
Segundo o economista, os empresários brasileiros precisam calcular o risco que representa uma operação deste tipo, definir até que ponto estão dispostos a aceitá-lo e incorporá-lo nas negociações.
"Se houver espaço para administrar o risco, não há motivo para não fazer. O empresário brasileiro precisa ser agressivo, mas deve analisar também até que ponto a indústria chinesa vem complementar a indústria nacional ou destruir", ponderou.
Já o economista Reinaldo Gonçalves, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse à Lusa que os chineses vão rir da proposta defendida pelo Presidente Lula da Silva.
"O comércio com moedas locais teria a única função de economizar uma operação bancária. Os chineses vão morrer de rir, porque ninguém quer ter contabilidade numa moeda altamente instável, como o real", afirmou à Lusa.
Gonçalves disse que o câmbio estável na China, um dos factores da boa competitividade do país, associado à mão-de-obra barata e à eficiência da economia, contrapõe-se a um câmbio "muito mal administrado no Brasil".
"Nos últimos nove meses, o real foi uma das moedas que mais mexeu no mundo", explicou.
Outra crítica do professor da UFRJ é de que a maior parte das exportações do Brasil para a China (80 por cento) são "commodities" - soja, celulose, minério de ferro - enquanto as importações do gigante asiático são de produtos e serviços de alta tecnologia.
"O Brasil pode virar um vagão de terceira classe de um vagão de primeira classe da economia mundial. Esta visita à China é mais um golo contra de Lula, porque este padrão de comércio baseado nas 'commodities' representa uma volta ao século XIX. O Brasil precisa de um 'upgrade' no padrão de comércio", completou.
Outro asssunto importante que deverá ser abordado no encontro dos Presidentes Lula da Silva e Hu Jintao é o petróleo.
A Petrobras tem interesse em que a China financie a exploração dos campos do pré-sal e, em contrapartida, a estatal brasileira forneceria o produto aos chineses.
Este é outro ponto de divergência entre os economistas José Carlos Oliveira e Reinaldo Gonçalves.
"A relação entre China e Brasil é dominada pelo comércio. Agora pode ser dado o segundo passo - o financeiro. Isto pode ser interessante para os dois países", disse Oliveira.
"Se a China investir no Brasil, vai ficar pouca coisa do investimento aqui. E os chineses vão, mais uma vez, usar a matéria-prima brasileira para abastecer suas empresas", afirmou Gonçalves.
Esta será a segunda visita de Lula da Silva à China. A primeira foi em 2004.
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