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País prepara-se para aderir ao sistema de pagamento via telemóvel
- 23-Mar-2010 - 22:32
Angola prepara-se para a entrada em vigor do sistema de pagamento via telemóvel, que visa facilitar a circulação do dinheiro entre pessoas de baixo rendimento, informou hoje o Banco Nacional de Angola.
A informação foi prestada à Agência Lusa, pelo director do gabinete de desenvolvimento organizacional do Banco Nacional de Angola, Leão Peres, durante o IV encontro sobre Sistema de Pagamentos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que hoje terminou em Luanda.
Segundo Leão Peres, os sistemas de pagamentos em Angola apresentam já “níveis de modernidade” em função dos diversos canais de distribuição existentes.
“Estou a referir-me ao alargamento da rede multicaixa a nível do território nacional, o aumento do número de cartões bancários e também a utilização da infraestrutura Internet banking”, frisou.
O responsável do Banco Nacional de Angola referiu que em Novembro do ano passado, começou a ser equacionado o serviço de pagamentos móveis.
“Atendendo que há um uso massivo de telemóveis por parte da população angolana, até nos sítios mais recônditos, pretende-se aproveitar este facto para a inclusão social da população nos serviços bancários”, salientou Leão Peres.
O recurso às agências bancárias é pouco prático, segundo Leão Peres, para os que funcionam na economia informal, devido às limitações que apresenta para essa classe.
“Para realizar um negócio de 80 mil kuanzas (cerca de oito mil dólares) tem que se enfrentar filas e limites de horário, e essa forma de ‘mobile payment’ resultou em alguns países para as pessoas de baixo rendimento, como no Brasil, com quem vamos aprimorar essa questão”, referiu.
Os cartões bancários são actualmente o sistema de pagamento com mais expressão em Angola, onde até há uns cinco anos predominavam os cheques.
Em declarações à Lusa, o director adjunto do departamento dos sistemas de pagamentos do banco central português, António Garcia, considerou que Angola registou uma evolução fortíssima no seu sistema de pagamentos.
“Daquilo que ouvi e daquilo que vi no pouco tempo que cá estou, há uma evolução fortíssima, e aquilo que é relevante não é tanto o nível, mas o grau de crescimento e de evolução que está a acontecer”, disse António Garcia.
O representante português falou sobre o conjunto de instrumentos de pagamentos existentes em Portugal e sobre a evolução nos últimos tempos, sobretudo desde o último encontro, realizado em 2008, em São Tomé e Príncipe.
“Um dos aspectos mais interessantes foi verificar que em todos os países que estão presentes essa evolução é muito marcada em termos de crescimento dos instrumentos de pagamentos electrónicos em detrimento dos instrumentos em papel”, disse António Garcia.
Este facto também aconteceu em Portugal, com o cheque a decrescer a um ritmo de mais de 10 por cento ao ano e por contrapartida, os instrumentos electrónicos os débitos directos, as transferências electrónicas têm crescido a um ritmo bastante superior.
Da reunião, onde participaram governadores e administradores dos Bancos Centrais de Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé, saíram recomendações e conclusões por forma os países melhorem as suas infraestruturas dos sistemas de pagamentos.
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