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  Entrevista
Pedro Pires diz que os portugueses devem conhecer melhor os cabo-verdianos
- 26-Mar-2004 - 16:38

O presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, defende que o povo português deve conhecer melhor os cabo-verdianos e a sua comunidade em Portugal, para se conseguir uma "integração com sucesso".


Em entrevista à Agência Lusa, a escassos dias do início da visita oficial a Cabo Verde do chefe de Estado Português, Jorge Sampaio, o presidente cabo-verdiano sublinha que não é sua intenção dizer às autoridades o que devem fazer nesta matéria, mas tão-só deixar uma ideia.

Para o presidente de Cabo Verde, Jorge Sampaio pode dar uma ajuda neste esforço conjunto para o sucesso da integração da comunidade cabo-verdiana em Portugal.

"Os cabo-verdianos têm confiança em que as autoridades portuguesas e o povo português saberão encontrar a melhor solução", diz Pedro Pires, acrescentando que o facto de os dois povos terem "a mesma língua, uma religião comum e uma matriz cultural oriunda do cristianismo, (...) deveria facilitar a integração".

"Não podemos dizer às autoridades portuguesas que devem adoptar a solução encontrada para os emigrantes brasileiros - prosseguiu, referindo-se a facilidades extraordinárias, - porque as situações não são idênticas".

Mesmo assim, Pires espera "a maior compreensão e a boa vontade de Portugal para que os cabo-verdianos e os portugueses encontrem um patamar de entendimento que satisfaça ambos".

A visita do presidente Jorge Sampaio a Cabo Verde, a segunda que realiza ao país, tem por objectivo "o aprofundamento dos laços entre os dois países", mas também o reforço de relações entre os seus dirigentes", diz o presidente da Cabo Verde.

"É um gesto de amizade mas que, ao mesmo tempo, mostra o apreço que o presidente Sampaio tem pelas autoridades cabo- verdianas e pelo povo de Cabo Verde", adianta.

Pedro Pires não tem dúvidas de que Sampaio "tem dado bastante atenção a esse relacionamento", sublinha o interesse dispensado à comunidade cabo-verdiana em Portugal e conclui que, por tudo isso "esta visita é também um acto de solidariedade".

De Cabo Verde, o chefe de Estado cabo-verdiano diz que "é uma Nação espalhada por quase todo o mundo, como, de resto, acontece com Portugal", onde o gesto de sair para labutar por uma vida melhor "é um acto de coragem".

A presença de cabo-verdianos em Portugal, considera, "é parte dessa labuta, dessa coragem demonstrada na procura de uma vida melhor, mas, sobretudo, na busca de sucesso para o futuro individual e colectivo".

Em Portugal, no entanto, a presença dos cabo-verdianos não se limita a uma simples emigração, "é muito mais intenso o relacionamento", porque há cabo-verdianos há dezenas de anos em Portugal e descendentes de famílias de Cabo Verde que estão há centenas de anos em Portugal.

Mas, relativamente ao fenómeno da emigração mais recente, Pedro Pires considera que a integração na sociedade portuguesa é um processo menos linear".

"Encerra muitas dificuldades, conflitos, incompreensões e tudo isso exige um esforço e vontade política grande para ultrapassar os problemas", alerta, admitindo que tem sido feito um esforço, "mas é preciso fazer mais um bocadinho para uma plena integração".

Sobre alguns dos problemas existentes, Pedro Pires refere as dificuldades que jovens de origem cabo-verdiana enfrentam na escola em Portugal, porque "não houve uma preocupação com as diferenças", inclusive o facto de muitos terem dificuldade com o português, por falarem crioulo.

O insucesso escolar, afiança Pires, "conduz à marginalização, à exclusão e, depois, surgem os conflitos mais diversos. Por isso, é claro que a integração passa pela formação que tenha em conta as diferenças e as dificuldades que uns e outros experimentam na adolescência, momento fulcral da formação das pessoas".

A propósito do termo "excelente" invariavelmente utilizado por governantes portugueses e cabo-verdianos quando se referem ao relacionamento entre os dois países, Pedro Pires observa: "É verdade que as relações são boas".

Ressalva, todavia, que "os adjectivos não devem esconder as limitações e as dificuldades"

"Temos de entender - realça - que os conflitos de interesse são normais, mas temos que ter em atenção todos os pontos de vista, e é assim que eu vejo as relações internacionais".

Na Banca, nas telecomunicações, na energia, nos combustíveis, nos produtos farmacêuticos (...) a presença portuguesa é visível, o comércio entre Portugal e Cabo Verde é intenso e no turismo existe um grande potencial, havendo várias empresas com interesse em Cabo Verde e o país está aberto à intensificação desse relacionamento.

Na área da indústria de exportação, Cabo Verde está a preparar todas as condições para que os empresários tenham as garantias que o mercado exige e, se forem empresas portuguesas a fazê-lo, frisa o presidente cabo-verdiano, "melhor ainda", embora adiante não ser possível "fechar as portas a ninguém".

Sobre o posicionamento de Cabo Verde no mundo, Pedro Pires compreende a sua ligação óbvia a África, onde tem uma intervenção política significativa e séria no equacionar dos problemas que atingem o continente, mas refere também laços fortes com o Brasil, os Estados Unidos da América e com a Europa.

É neste contexto que Cabo Verde procura uma aproximação à União Europeia, junto da qual pretende ter um estatuto especial, tendo, para isso, criado uma comissão nacional liderada pelo primeiro-ministro, José Maria Neves.

Toda esta diversidade de relações, por várias latitudes e longitudes, é encarada pelo presidente cabo-verdiano como uma vantagem, já que se afirma "partidário da descoberta e não da invenção ou da revelação".

Na opinião de Pedro Pires "é a caminhar que o caminhante vai fazendo o caminho", como diria o poeta espanhol Manuel Machado (citação livre).

"É desta forma que me posiciono e ainda não encontrei nem invenção nem revelação que seja tão rica como a descoberta, a descoberta das novas realidades, das novas culturas, dos homens e do mundo", destaca o presidente cabo-verdiano.

Sobre as conversas com Jorge Sampaio, durante a visita que inicia na segunda-feira, Pedro Pires afirma que vão ter como pano de fundo "uma amizade sincera, uma cumplicidade", porque são amigos, e serão também "mais um passo na descoberta de Cabo Verde".

"E, quem sabe, depois de deixar a presidência, (...) o presidente Sampaio venha conhecer ainda melhor Cabo Verde, descobrir o nosso país na sua ampla diversidade", disse ainda.


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