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Governo homenageia Vieira de Mello, um ano após o atentado contra a ONU
- 20-Aug-2004 - 16:41
O ministro das Relações Exteriores do Brasil lembrou quinta-feira, numa cerimónia em homenagem ao brasileiro Sérgio Vieira de Mello, assassinado há um ano num atentado contra a sede da ONU em Bagdad, a trajectória humanista do diplomata.
"O Sérgio não era um burocrata. Esteve em campo actuando no Camboja, no Kosovo, em Moçambique, Timor-Leste e, de maneira trágica, no Iraque. (...) Era uma pessoa em que a lucidez, a coragem, e o idealismo caminhavam juntos", afirmou Celso Amorim.
O ministro brasileiro disse ainda que o Sérgio Vieira de Mello foi vítima de uma "acção tresloucada".
"E nesse caso, nem mesmo os loucos saíram ganhando", referiu.
Celso Amorim disse ainda que Sérgio Vieira de Melo era um amigo pessoal e que sua morte deixou em todos "um sentimento de tristeza, mas também de determinação e idealismo ao reconhecer que as realidades do mundo devem ser modificadas para melhor".
Na cerimónia no Itamaraty (ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro), que reuniu políticos e diplomatas brasileiros e estrangeiros, entre eles o embaixador de Portugal em Brasília, António Franco, foi lida uma mensagem do secretário-geral da ONU.
"A família das Nações Unidas sabe bem o que é violência e intimidação. (...) Mas o atentado contra o hotel Canal colocou-nos perante um perigo novo e mais intimidante: de que nós, os funcionários da ONU, possamos ter nos tornado um dos principais alvos da violência política", destacou Kofi Annan.
Além de Sérgio Vieira de Mello, então enviado especial do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, mais 21 pessoas morreram no atentado do dia 19 de Agosto de 2003, quando um camião bomba carregado com 700 quilos de explosivos destruiu grande parte do hotel Canal, onde funcionava o escritório da ONU em Bagdad.
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