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Operários, jornalistas e similares
- 5-Apr-2005 - 19:06
Ser produtor de conteúdos está na moda. Porque este mercado, esta democracia, estas audiências não têm, nem terão tão cedo, capacidade para absorver Jornalistas, aí temos em tudo quanto é órgão de comunicação social, em pirâmide não invertida de tachos, todos aqueles que, por vontade própria ou pela conta bancária do pai, querem experimentar o que há (talvez) de mais parecido: as linhas de montagens de conteúdos.
É complicado dizer isto porque, desde logo, grande parte dos professores de jornalismo, perdão, de conteúdos foram jornalistas. Se reconhecessem que o mercado está difícil teriam, creio, de abdicar da acumulação de vencimentos. Também aqui os princípios são muito bonitos mas (até porque os jornalistas ganham muito mais mal do que os produtores de conteúdos) é preciso pagar ao merceeiro.
Mas, igualmente grave, é (em muitos casos) começar a casa pelo telhado. E é assim que começam muitos dos candidatos a jornalistas... diplomados em fazer fretes (o que é mais do que meio caminho andado para chegar ao tacho). Chegam à fábrica de conteúdos (outrora conhedidas como Redacções) e não tardam a entrevistar o primeiro-ministro. Não sabem fazer uma notícia de um acidente rodoviário mas, com satisfação, podem incluir no curriculum a dita entrevista.
E, por norma, é aqui que entram os assessores dos entrevistados, regra geral ex-jornalistas com a escola toda e que, por razões monetárias quase sempre, partiram para outros conteúdos. E é destes «putos» que eles gostam. É tão fácil «comê-los de cebolada». Tão fácil que as fontes anónimas tomaram conta dos conteúdos...
Com alguma perspicácia o jovem produtor de conteúdos nem precisa de se preocupar em preparar a entrevista. Para isso está lá o dito assessor. É claro que o produto final respeitará todas as regras fabris. Só é pena que não seja jornalismo mas, quase sempre, uma peça de propaganda.
É igualmente claro que esta forma de comércio de um produto que alguns confundem com jornalismo tem êxito garantido. (Quase) todos ficam a ganhar. O entrevistado porque disse apenas o que queria e colocou na boca de fontes anónimas o que queria dizer sem o assumir. A unidade fabril porque não fez ondas e porque, ainda, vai receber alguns anúncios de empresas que ficaram satisfeitas com o trabalho. O operário porque viu o seu trabalho elogiado por todos.
E assim vamos nós, cantando e rindo ao som do Sindicato dos Jornalistas, da Alta Autoridade para a Comunicação Social, do Clube de Jornalistas e de coisas similares.
orlando@orlandopressroom.com
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