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Antigo líder do PRS declara apoio a «Nino» Vieira
- 31-May-2005 - 16:32
Alamara Nhassé, líder do Partido da Reconciliação Nacional (PRN) e antigo primeiro-ministro de Kumba Ialá, declarou hoje o seu apoio à candidatura independente do ex- presidente João Bernardo "Nino" Vieira nas eleições presidenciais de 19 de Junho próximo.
Numa conferência de imprensa, Nhassé, que liderou o Partido da Renovação Social (PRS) entre 2000 e 2003, justificou o apoio por considerar que "Nino" Vieira, ainda ausente do país, tem "o perfil adequado para representar o Estado da Guiné-Bissau".
"Tem sentido de responsabilidade e um perfil adequado para representar a Guiné-Bissau como presidente da República, pois pode devolver a reconciliação nacional, a paz e a concórdia", sustentou Nhassé.
O líder do PRN, partido criado em finais de 2004, sublinhou que o ex-presidente, deposto na sequência do conflito militar de 1998/99, tem "um passado" como combatente da liberdade da Pátria, pelo que pode ser considerado "o candidato do consenso".
A declaração de apoio de Nhassé surgiu no quarto dia da campanha para as presidenciais, numa altura em que o "staff" da candidatura de "Nino" Vieira está a preparar o regresso do candidato, cujo paradeiro é alvo das mais variadas especulações.
O regresso de "Nino" Vieira à Guiné-Bissau foi anunciado em várias ocasiões pelos responsáveis pela sua campanha, que nunca explicaram as razões dos sucessivos adiamentos.
Alamara Nhassé foi primeiro-ministro de um dos quatro governos de Kumba Ialá e chefiava o executivo quando o então presidente decidiu, em Novembro de 2002, dissolver o Parlamento, criar um governo de iniciativa presidencial e convocar legislativas antecipadas, que nunca viriam a realizar-se.
Em princípios de 2003, após graves divergências com Kumba Ialá, abandonou a liderança do PRS, que passou a ser assumida interinamente por Alberto Nambeia, e deixou de exercer qualquer actividade política até que, em fins de 2004, fundou o PRN.
As divergências com Kumba Ialá, ambos da etnia Balanta, foram clarificadas a 17 deste mês quando, numa conferência de imprensa, acusou o ex-presidente de estar a utilizar métodos "anti- democráticos" e "intrigas" para criar "confusão no país".
Na ocasião, Nhassé, que foi considerado em tempos o "delfim" de Kumba Ialá, afirmou que o ex-presidente está ser "mal aconselhado" por "pessoas sem escrúpulos", o que, advertiu, vai levá-lo para "um beco sem saída".
Para o ex-primeiro-ministro, Kumba Ialá devia, de uma vez por todas, compreender que a Guiné-Bissau deve passar a aceitar as regras do século XXI, que são o desenvolvimento, cultura do saber, da construção e da democracia.
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