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Dores de cabeça vindas da Turquia
- 17-Oct-2005 - 18:58
Com uma superfície de 779 452 km2, uma população de cerca de70 milhões de habitantes dos quais 99% são muçulmanos, a Turquia é mais uma dor de cabeça do executivo de Bruxelas, que embora não seja constante, está sempre presente. O processo de aproximação deste país ao clube europeu data já de 1959, altura em que se estabeleceram parcerias a nível comercial, concretizadas nos acordos de Ancara em 1963. Esta ligação comercial demonstrou ser um elemento chave nas relações da UE com a Turquia, que se tornou um importante parceiro nesta área.
Em 1999, no Conselho Europeu de Helsínquia a Turquia é oficialmente reconhecida como país candidato à adesão. Assim se deu início a um processo de profundas reformas e reformulações no país candidato com o apoio e supervisão das instâncias europeias. Em Dezembro de 2004 foram finalmente iniciadas as negociações de adesão. Negociações sempre envoltas em polémica.
Nos actuais Estados-Membros ponderam-se vantagens e desvantagens, entre as diferenças culturais, históricas e religiosas e o potencial económico.
Formalmente, a Turquia apenas terá de cumprir os critérios de adesão definidos em Copenhaga mas as resistências dentro da União começam já a manifestar-se.
Em primeiro lugar é discutível a própria posição geográfica do país. A União Europeia engloba afinal os países da Europa ou é legítimo que se estenda a países com os quais mantenha um bom relacionamento?
Por outro lado podemos questionar-nos sobre o património cultural e histórico. Deverá ele ser comum ou deveremos centrar-nos mais numa perspectiva de benefícios futuros que não comportem obrigatoriamente ligações do passado?
Ou, mais do que tudo, estaremos dispostos a enfrentar o desafio de aceitar alguém diferente de nós?
O mundo muçulmano está ainda muito distante do quotidiano de muitos países europeus e aqueles que já conhecem essa realidade apontam problemas. As diferenças culturais são muito mais tangíveis do que se supõe no plano teórico e numa altura em que e Europa é assolada pelo desemprego, a entrada de milhares de cidadãos num espaço que parece tornar-se cada mais exíguo pode gerar conflitos.
Portugal é um apoiante turco desde a primeira hora e ressalta a importância da União ser coerente no cumprimento dos compromissos já assumidos com este país.
A dimensão económica é também um forte aliciante, ao passo que a vertente cultural é vista como uma fonte de possível diálogo com o mundo muçulmano.
No entanto, não podemos ignorar a conotação com o terrorismo que ainda paira no ar europeu.
Tendo todos estes factores em conta a posição de cada país resumir-se-á em saber até que ponto é capaz de enfrentar os seus preconceitos e encontrar estratégias para criar e consolidar um futuro comum.
17.10.2005
liliana-castro@clix.pt
Licenciada em Estudos Europeus
pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto
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