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  Entrevista
Filme «A Ilha dos Escravos» abre novos caminhos ao cinema luso
- 3-Nov-2005 - 14:09


A longa-metragem luso-brasleira-cabo-verdiana "A Ilha dos Escravos", que está a ser realizada por Francisco Manso em Cabo Verde, é, para o cineasta luso, um desbravar de caminhos na cinematografia portuguesa.


Por Ricardo Bordalo
da Agência Lusa

Em entrevista à Agência Lusa, Francisco Manso, que já realizou no arquipélago, em 1997, "O Testamento do Senhor Napumoceno", sustentou também a ideia de uma partilha cultural com o universo de países de língua portuguesa.

Há, defende Francisco Manso, um conjunto de histórias de que a cinematografia portuguesa não fala muito, numa época também ela pouco trabalhada, como é o século XIX, podendo mesmo questionar-nos "sobre o conhecimento colectivo de situações muito importantes como a guerra entre liberais e miguelistas".

"A Ilha dos Escravos", filmado no Brasil, Cabo Verde e Portugal, é um olhar ficcionado, embora sustentado em episódios reais, de uma sublevação de oficiais miguelistas ou absolutistas, desterrados para Cabo Verde.

O objectivo da rebelião, falhada, é resgatar o poder aos liberais na metrópole, arregimentando alguns escravos com falsas promessas, passando-se a trama em meados do século XIX.

Paralelamente a este cenário de revolta militar, o filme, com argumento de António Torrado, baseia-se ainda no romance "O Escravo", escrito em 1856 por José Evaristo de Almeida, centrado no amor platónico de um escravo pela sua senhora, elementos que tornam também o filme um retrato da escravatura na época.

Na entrevista à Lusa, Francisco Manso, frisa que, mesmo tratando-se de um período histórico de grande convulsão na sociedade portuguesa, "com consequências terríveis", sabe-se "muito pouco", mas ainda "muito menos" das relações dos portugueses com africanos.

O realizador admite que, "à partida", o filme, pela sua temática e pela natureza do projecto, tem condições para ter um circuito comercial interessante, mesmo em países como os Estados Unidos da América.

Outra mais valia de "A Ilha dos Escravos" é o grupo de actores que reúne, como os portugueses Victor Norte, Diogo Infante, João Lagarto ou José Eduardo, os brasileiros Milton Gonçalves e Zezé Mota, ou ainda os cabo-verdianos Josefina Fortes e Luís Évora, mesmo não sendo profissionais, e com música do cabo-verdiano Mário Lúcio.

O realizador crê que, no âmbito dos países que viveram um contexto de escravatura no seu passado, "que são, infelizmente, muitos no mundo", este filme tem condições para ter "um certo sucesso".

Para Francisco Manso, a solução para que o cinema português salte das suas fronteiras são as co-produções no seio dos países de língua portuguesa.

O cineasta aponta que no cinema em Portugal está "tudo um bocadinho na mesma" há vários anos, ou seja, "parado", e é por isso que tem "esta vontade" de fazer filmes em co-produção.

"Como pode verificar-se, eu procuro essa via para os meus projectos, para sair, mas não é um sair a qualquer preço, porque isso não me interessa nada", argumenta Manso.

Além disso, fazer um filme em Portugal "é muito caro", os orçamentos são sempre muito escassos, e fazer um filme a pensar no mercado português "não é boa ideia", porque "é quase nada".

"Basta ver que se um filme português conseguir, em Portugal, 100 mil espectadores, é um sucesso incrível, ainda para mais na situação actual, em que as pessoas já quase não vão ao cinema, ou porque não há dinheiro ou porque preferem ficar em casa com os seus aparelhos cada vez mais sofisticados", aponta.

E as contas são relativamente fáceis de fazer. "Cem mil espectadores, a cinco euros por bilhete, são 500 mil euros, o que não corresponde a um terço do orçamento de um filme".

Perante este cenário, "o que há a fazer é encontrar soluções". E a sua solução são as co-produções "com países que partilham a língua portuguesa e uma cultura".

Este é o "melhor caminho", sustenta, para viabilizar um filme, "mas também para Portugal e para a língua portuguesa".

"Eu não sou um realizador obcecado com a ideia de fazer filmes", diz, ao mesmo tempo que admite que por detrás da ligação ao universo da língua portuguesa existe "uma opção ideológica", o acreditar nas imensas possibilidades desse património comum.

"Eu sou europeu mas, sobretudo, pertenço ao universo da língua portuguesa", enfatiza.

A ideia de proximidade cultural e linguística emerge na actividade de Francisco Manso, porque mesmo nas co-produções europeias a sua opção "vai para Espanha" em vez de países como a Suécia, Alemanha ou França, "porque Espanha tem muito a ver" com os portugueses.

Segundo afirma, as limitações que existem em Portugal levam a que os produtores façam um tipo de filmes que dificilmente conseguem sair de Portugal e é por isso que, para ele, "fazer filmes não é um obsessão" nem vê "grande vantagem em estar a fazer filmes para o circuito português".

"A nossa ligação aos países africanos e ao Brasil, surge por razões importantes, mesmo que nem sempre sejam coisas boas. É por tudo o que aconteceu, é por toda uma herança cultural que a ligação portuguesa a estes países é muito maior do que aquilo que se pensa hoje em dia", diz.

Voltando ao filme "A Ilha dos Escravos", Manso defende que "há relações de grande proximidade e afectividade, embora difíceis, com estes países, porque tudo isto não se constrói só com coisas boas, algumas são más", como foi o caso da escravatura.

"Esta realidade histórica - a escravatura - foi um mal mas que teve consequênciasà e o Brasil ou Cabo Verde, por exemplo, não seriam os países que são hoje, ou não teriam sido possíveis, se o processo histórico não tivesse corrido dessa forma".

Enquanto nos Estados Unidos os filmes são, por vezes, "claros exorcismos de fantasmas do passado", com vantagens "óbvias" ao criar a imagem de "um país que fala e denuncia essas situações e questiona o seu passado", em Portugal é diferente.

"Falamos pouco sobre o nosso passado, tentamos branquear esse passado não falando nele ou falando muito pouco, como é o caso da guerra colonial ou mesmo sobre a escravatura", diz.


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