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Pintor Tchalê Figueira interpela sobre os desvios do quotidiano
- 24-Feb-2003 - 15:36
O pintor cabo-verdiano Tchalê Figueira inaugura hoje uma exposição no Centro Cultural Português da Cidade da Praia, onde reflecte e interpela em torno das mais prementes questões do quotidiano social do seu país.
A partir de aspectos da sociedade do Mindelo, cidade onde reside, o artista plástico emite a partir da tela uma mensagem semiótica ambígua, em que interpela sobre o real concreto e os grandes valores que as sociedades contemporâneas vão ofuscando.
"Mostro a minha visão e o meu descontentamento. É uma forma satírica de olhar o mundo, com suas ostentações, vaidades e falta de respeito pelos mais carenciados", disse o artista à Agência Lusa.
Noutros casos é mais visível a reflexão sobre a "forma como o Estado se afasta cada vez mais daqueles que fazem cultura", acrescenta.
A mulher, e o seu papel, é um elemento central de interpelação na sua obra. A mulher cabo-verdiana e a mulher noutras partes do mundo, que "continua a ser objecto de uma sociedade patriarcal, machista".
Esse domínio sobre a mulher - acrescenta Tchalê Figueira - é exercido em "todas as religiões monoteístas, todas elas claramente de domínio patriarcal".
"Acho importante falar da mulher nos meus trabalhos. É uma forma de exorcizar o machismo que ainda existirá em mim, mas não de forma racional", confessa.
Reconhece que nos seus trabalhos há sempre "uma ambiguidade" na mensagem, mas também no título que escolhe para cada trabalho.
Em "Vacas Loucas", título de um dos trabalhos, por exemplo, chama a atenção para a doença que dos bovinos se transmite ao homem, mas também para os comportamentos da mulher cabo-verdiana.
A exposição, composta por 15 trabalhos, estará patente até 10 de Março no Centro Cultural Português da Cidade da Praia, capital de Cabo Verde.
Nela, Tchalê Figueira retorna à pintura em telas de grandes dimensões, que confessa serem aquelas em que se sente mais livre a trabalhar e a sua pintura ganha outra capacidade expressiva.
Nascido no Mindelo em 1953, Tchalê Figueira frequentou a Escola de Belas Artes de Basileia (Suíça) nos anos 70. Começou a expor em 1980, e desde então os seus trabalhos foram mostrados em vários países (Suíça, Portugal, França, Senegal, Estados Unidos, Áustria e Alemanha).
Em 2002 foi o artista plástico em destaque no Festival de Jazz de Nantes, França, convidado para a concepção do cartaz e para expor no evento.

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