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Procuremos ser felizes nem que seja apenas com um prato de pirão
- 24-Dec-2005 - 21:09
Os que têm, pelo menos, três refeições por dia vão ter um bom Natal. E os milhões, entre eles muitos lusófonos, que nem um prato de pirão têm?
Mais de 800 milhões de pessoas enfrentam a fome diariamente e, a cada minuto, 15 crianças e 15 adultos morrem de fome. Grande parte destes milhões são nossos irmãos na Lusofonia. Em todo o Mundo, 1,1 mil milhões de pessoas não têm acesso a água potável; 2,5 mil milhões não têm saneamento básico; 30 mil morrem diariamente devido ao consumo de água imprópria. Esta é, igualmente, uma realidade da Lusofonia. A Sida já infectou mais de 60 milhões de pessoas e tirou a vida a um terço destas; e a malária mata 2,5 milhões de pessoas anualmente. Esta continua a ser uma outra vertente da Lusofonia...
Por esse Mundo, 1,6 mil milhões de pessoas não têm acesso a electricidade e a maioria recorre à queima de combustíveis que provocam a poluição do ar e problemas respiratórios. Queiramos ou não, também aqui a Lusofonia dá o seu contributo.
Segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU, cerca de 12 milhões de pessoas poderão morrer de fome em Angola, Botswana, Lesoto, Malaui, Moçambique, Suazilândia, Zâmbia. Aqui figuram dois lusófonos.
Continua a não fazer sentido pedir aos pobres dos países ricos para dar aos ricos dos países pobres. Em vez de se preocupar com o povo que não pode tomar antibióticos (e não pode porque eles, quando existem, são para tomar depois de uma coisa que o povo não têm: refeições), o mundo Lusófono (a CPLP existe?) que pode (e deve) ajudar continua a pensar apenas, nesta altura, numa faustosa ceia de Natal.
E SE AGORA É ASSIM, COMO SERÁ NO FUTURO?
Angola e Guiné-Bissau vão triplicar a sua população até 2050, enquanto Cabo Verde e Moçambique vão duplicá-la, segundo as projecções indicadas num relatório do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP).
O relatório, intitulado "A Situação da População Mundial - População, Pobreza e Oportunidades", coloca três dos cinco Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) - Moçambique, Angola e Guiné-Bissau, nos últimos lugares do "ranking" de pobreza.
O documento refere-se a dados sobre a pobreza nos países em desenvolvimento, saúde reprodutiva, analfabetismo e discriminação com base no sexo e deixa São Tomé e Príncipe de fora, enquanto Cabo Verde se situa a meio da tabela.
Angola, actualmente com cerca de 13,9 milhões de habitantes, terá, segundo as projecções do FNUAP, 53 milhões de pessoas em 2050, enquanto a Guiné-Bissau, hoje com 1,3 milhões, contará 3,3 milhões de habitantes dentro de 48 anos.
Em relação a Moçambique, o país terá 38,8 milhões de habitantes em 2050, contra os actuais 19 milhões, e Cabo Verde contará 807 mil pessoas, quase o dobro das actuais 446 mil.
Segundo aquelas projecções, em média, os países menos avançados do mundo triplicarão também a sua população até àquele ano, em contra-ciclo com os mais avançados, que terão menos 15 milhões de pessoas até 2050.
A situação em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique - os dados de São Tomé e Príncipe estão diluídos no item da África Central, o que impossibilita a sua hierarquização - torna estes Estados mais vulneráveis em muitos sectores.
Por isso, alerta o FNUAP, são necessárias medidas urgentes para combater a falta de saúde reprodutiva, ajudar as mulheres a evitarem uma gravidez não desejada e eliminar o analfabetismo e a discriminação com base no sexo.
Em termos de mortalidade infantil, Moçambique é o terceiro país com maior índice (128 por 1.000), apenas atrás da Serra Leoa (146/1.000) e do Malaui (130/1.000). A Guiné-Bissau surge em quinto (121/1.000) e Angola em oitavo (118/1.000). Cabo Verde tem uma taxa de mortalidade infantil de 50 por cada mil nascimentos.
Em relação à esperança de vida à nascença, Moçambique ocupa o segundo lugar no "ranking" negativo, com 37,3 anos para os homens e 38,6 para as mulheres. Guiné-Bissau e Angola situam-se entre os últimos 10 a 20, com uma esperança de vida, respectivamente, de 44 anos e 44,5 para os homens e 46,9 e 47,1 anos para as mulheres, abaixo da média dos países menos avançados (50,6 anos para os homens e 52,2 para as mulheres).
Acima da média e já próximo dos valores dos países mais avançados (71,9/homens e 79,3/mulheres), Cabo Verde tem uma esperança de vida para o sexo masculino de 67 anos e 72,8 para o sexo feminino.
Quanto à percentagem de número de partos assistidos por técnicos qualificados, em que a média dos países pobres ronda 34 por cento, Angola tem uma taxa de 23 por cento, atrás da Guiné-Bissau (35%), Moçambique (44%) e Cabo Verde (53%).
A título de comparação nos parâmetros analisados, Portugal tem uma esperança de vida à nascença de 72,6 anos para os homens e 79,6 para as mulheres, uma taxa de mortalidade de seis por mil e verá a sua população diminuída de 10 para nove milhões em 2050, à semelhança da maioria dos países europeus. Ainda em Portugal, a taxa de partos assistidos por técnicos especializados é de 100 por cento.
Quanto à taxa de prevalência do vírus HIV/Sida, Moçambique é um dos países mais afectados do continente africano, com um índice de 6,13 por cento entre os homens e de 14,67% entre as mulheres, ainda longe de países como o Lesoto (17,4/homens e 38,08/mulheres) e do Botsuana (16,08/homens e 37,49/mulheres).
Angola tem uma taxa de prevalência de 2,23 nos homens e de 5,74 nas mulheres e a Guiné-Bissau 1,06 nos primeiros e 2,98 nas segundas. Cabo Verde não surge referenciado neste item e Portugal tem 0,41 para os homens e 0,19 nas mulheres.
Quanto ao rendimento "per capita", cuja base são dados de 2000, o de Cabo Verde ascende a 4.760 dólares (cerca do mesmo valor em euros), muito acima de Angola (1.180 dólares), Moçambique (800) e Guiné-Bissau (710). Portugal tem 16.990 dólares.
No relatório, o FNUAP lembra que abordar as questões relacionadas com a população é crucial para a realização dos objectivos de desenvolvimento do milénio de reduzir para metade, até 2015, a pobreza, a fome no mundo, a mortalidade infantil e das crianças, deter o vírus HIV/Sida, promover a igualdade entre os sexos e fomentar um desenvolvimento sustentável.

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