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Um morto e três feridos em motim na cadeia central da Cidade da Praia
- 26-Dec-2005 - 14:06
Um morto e três feridos é o balanço do motim registado no domingo na cadeia central de São Martinho, na Cidade da Praia.
A revolta dos presos começou no horário das visitas e segundo o director da cadeia, Carlos Graça, os presos queriam receber as visitas todas ao mesmo tempo, o que, segundo explicou, "não é possível devido a superlotação da cadeia".
"Ontem fizemos o Natal dos presos e tivemos o cuidado de os avisar que as visitas seriam separadas, porque não temos condições. Temos um único pátio e o número de presos é de 565", justificou.
Nesta situação, a direcção do estabelecimento prisional resolveu dividir as visitas, sendo da parte da manhã a vez dos preventivos e de tarde a dos condenados, disse Carlos Graça.
Segundo o director da cadeia, o motim começou com cerca de 12 presos, mas o número foi aumentando, o que levou a direcção do estabelecimento a tomar medidas.
Carlos Graça disse que os amotinados conseguiram rebentar 16 portas e quatro gradeamentos, ocuparam o ginásio de onde retiraram ferros que utilizaram para "quebrar tudo".
Face a uma tentativa de evasão a direcção da cadeia actuou para repor a normalidade.
"Temos três feridos, incluindo um guarda prisional, e um morto. Nós lamentamos estas vítimas, mas é preciso saber que estamos numa instituição prisional e quando há situações de desordem há que reagir. Negociámos por duas vezes, mas a intenção era rebentar as portas e sair. Aí não havia mais condições para negociar", explicou.
Acrescentou que um preso tentou desarmar um dos guardas e fazer refém um outro. Foi então que os guardas fizeram dois disparos. Uma bala atingiu mortalmente um preso dois ficaram feridos com os estilhaços de uma porta.
Uma mulher que visitava o filho na cadeia referiu, por seu turno, ter notado que o clima estava muito tenso na prisão.
"Entrámos, mas sentimos que o clima estava tenso. Depois, os presos da ala dos condenados começaram a dar pontapés na porta. (à) Daí a pouco disseram-nos que tínhamos de sair e quando a situação estivesse resolvida voltaríamos a entrar. Voltaram a chamar-nos, mas aí encontrámos muitos guardas em fila e armados com AKM. Quando saí, já na rua, ouvi vários disparos, muitos tiros", disse.
A mãe do detido contou ter visto sair da cadeia um carro com pisca de emergência e, 40 minutos depois, outra viatura que seguiu para o hospital, onde chegou com um preso já morto.
O preso morto era António Henrique Vaz Carvalho, 22 anos de idade.
O irmão da vítima, Jaquelino Vaz, disse em entrevista ao jornal Expresso das Ilhas, que António Vaz deveria sair em liberdade já no próximo dia 01 de Janeiro, altura em que terminaria de cumprir a uma pena de 1 ano e quatro meses de prisão.
A cadeia de São Martinho tem um grave problema de superlotação. É o único estabelecimento prisional da cidade da Praia e uma das duas maiores instituições prisionais do país. A cadeia tem capacidade para receber cerca de 300 detidos, mas neste momento alberga quase o dobro.
A direcção do estabelecimento vai abrir um inquérito para apurar as responsabilidades dos incidentes.
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