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Lula evita polémica de Jean Charles Menezes na visita a Londres
- 8-Mar-2006 - 22:12
A polémica em redor de Jean Charles de Menezes, o imigrante brasileiro morto por engano pela polícia inglesa, está a ser evitada pelo Presidente Lula da Silva na visita de Estado a Londres.
No final do segundo dia da visita oficial, que termina quinta- feira, Lula da Silva continua sem fazer qualquer comentário sobre o caso que abalou as relações diplomáticas entre os dois países, nos últimos oito meses.
Tanto no banquete oferecido pela rainha, na noite de terça- feira, como no discurso no Parlamento britânico, hoje, como em todas as ocasiões que teve para discursar nos últimos dois dias, o Presidente brasileiro nunca mencionou o assunto.
O caso pode ter sido abordado com o "mayor" de Londres, Ken Livingstone, com quem Lula se reuniu esta manhã, mas a conversa entre os dois políticos decorreu à porta fechada e não foi dada qualquer indicação nesse sentido.
A polémica continua, no entanto, a ser alimentada pelos familiares e amigos de Menezes, que continuam a exigir mais acesso à investigação conduzida pelas autoridades inglesas e não se conformam com o facto de ninguém ter sido responsabilizado pelo acidente.
Jean Charles Menezes, um electricista de 27 anos que vivia em Londres, foi morto a tiro pela polícia inglesa na estação de Metro de Stockwell, dia 22 de Julho, depois de ter sido confundido com um terrorista.
Alguns familiares que vivem na capital inglesa pretendem aproveitar a presença do presidente brasileiro para falar directamente com ele, mas até agora a comitiva presidencial não confirmou que tal fosse possível.
Em vez desta polémica, as intervenções de Lula têm visado as regras da Organização Mundial do Comércio.
No discurso aos deputados ingleses, esta tarde, Lula insistiu em que estas têm de ser "mais justas e generosas para os países em vias de desenvolvimento".
Lula quer convencer o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, a apoiar o Brasil na luta contra o sistema de subsídios à agricultura utilizado pela União Europeia e pelos Estados Unidos, que na prática, argumenta, impossibilita que os produtos de países como o Brasil sejam competitivos no mercado mundial.
Tony Blair ainda não se comprometeu com nenhuma decisão, mas admitiu hoje no Parlamento que será esse o tema da reunião entre ambos, quinta-feira, em Downing Street, no ponto mais alto desta visita de Estado.
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