Pesquisar |
|
Notícias |
»
»
»
»
»
»
»
»
»
»
|
 |
Canais |
»
»
»
»
»
»
»
»
»
|
 |
Siga-nos no
Receba as nossas Notícias

Quer colocar as Notícias Lusófonas no seu site?
Click Aqui |
|
Serviços |
»
»
»
»
»
|
|
|
Conversas
no
Café Luso |
|
|
|
Entrevista
|
|
Emigrantes de primeira e de segunda
- 31-Mar-2006 - 19:24
Alertado por Eugénio Costa Almeida, li com toda a atenção a crónica de Jorge Neto no Africanidades. «A comunicação social portuguesa anda muito preocupada com a situação dos emigrantes lusos deportados do Canadá», escreve Jorne Neto, acrescentando que «diz-se que a situação "é preocupante", entrevistam-se emigrantes à chegada ao aeroporto, que falam em "palhaçada"», terminando com um conselho: «Deviam estar calados». E é verdade. Também aqui os produtores de conteúdos dizem o que não sabem e não sabem o que dizem.
Por Orlando Castro
Porque subscrevo na íntegra o texto de Jorge Neto, tomo a liberdade de o transcrever, fazendo votos para que, desta vez, os que trabalham na Imprensa e os políticos (que não trabalham) pensem no que dizem, já que não dizem o que pensam.
«Quantos aos que regressam, compreendemo-los perfeitamente. Viram goradas as expectativas de sair de Portugal, para um outro país que à partida lhes dava mais esperança. Tinham (têm) direito à esperança!
No entanto, importa lembrar que o que se passa com portugueses, no Canadá, que os média tão intensamente entrevistam no aeroporto de Lisboa, acontece no mesmo aeroporto, mas em sentido inverso ou seja, imigrantes que são expulsos de Portugal. A diferença é que os que chegam são "nossos irmãos" e os que partem são "pretos", e estes não interessam aos portugueses nem à comunicação social lusa.
Não me admira que nos próximos dias, todos os deportados portugueses que cheguem vindos dos mais estranhos países do mundo (todos os dias regressam emigrantes deportados!), sejam entrevistados no tapete das bagagens do aeroporto, de maneira a que a comunicação social mostre a sua humanidade e preocupação para com os "excluídos".
Não me admira também que ninguém fale nos imigrantes que todos os dias Portugal reenvia para África, de volta à miséria da qual fugiram. A diferença entre um emigrante português que regressa e um imigrante africano que é expulso, é que o primeiro encontra (nesse regresso) um país com oportunidades, paz, estabilidade; o segundo, encontrará um país sem oportunidades, governado por políticos corruptos, sem paz nem estabilidade.
Ser branco e preto, português e estrangeiro, faz a diferença, neste caso. Sempre me ensinaram a não fazer aos outros o que não quisesse que me fizessem a mim. Está a acontecer com os emigrantes portugueses, o que Portugal faz aos emigrantes africanos. Os média portugueses e os nossos políticos não têm legitimidade para falar. Deviam estar calados.»
http://www.africanidades.blogger.com.br
Orlando@orlandopressroom.com
31.03.2006

Ver Arquivo
|
|
 |
|
|
|
|
|
|
|
|