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Jornalista portuguesa lança «Cicatrizes de Mulher» em Bissau
- 19-Jul-2006 - 18:48
A jornalista portuguesa Sofia Branco lançou hoje em Bissau o livro "Cicatrizes de Mulher", que obteve um prémio internacional de Direitos Humanos com a narração de experiências sobre mutilação genital feminina de guineenses radicadas em Portugal.
A cerimónia decorreu no auditório do Centro Cultural Brasileiro, na presença dos presidentes das associações Islâmica de Desenvolvimento AID), Ença Jandi, e para a Cooperação entre os Povos (ACEP), Fátima Proença, e do secretário executivo da Plataforma de Concertação das ONG da Guiné-Bissau (PlaCon-GB), Jamel Handem.
Na apresentação da obra, a autora, jornalista do Público, sublinhou que o livro é apenas uma ajuda para uma maior reflexão sobre este assunto em África, em geral, e na Guiné-Bissau, em particular, frisando que nada tem contra a tradição em si.
"Tenho muito respeito pela tradição, mas o corte é desnecessário. Morrem mulheres por causa do parto que não se consegue concluir, morrem meninas com infecções. É necessária uma vasta campanha de sensibilização, a todos os níveis, para acabar com esta prática nefasta", explicou Sofia Branco.
A autora lembrou a "enorme" tarefa que se tem pela frente, uma vez que cerca de 30 dos 54 países africanos continuam a proceder à mutilação genital feminina, razão pela qual a campanha de sensibilização deve ser o mais abrangente possível, incluindo líderes religiosos, comunidade internacional, comunicação social e a população em geral.
Na Guiné-Bissau cerca de 50 por cento das mulheres são alvo da mutilação genital.
As sinergias entre as organizações da sociedade civil, nomeadamente as não governamentais, são, no entender de Sofia Branco, "fundamentais" para que a prática do fanado (mutilação) feminino seja, aos poucos, banido da sociedade guineense, em particular, e africana.
Nesse sentido, destacou os esforços da organização não governamental Sininmira, que está a realizar há cerca de dois anos um projecto de "Fanado Alternativo", que prevê o mesmo ritual, de passagem para a idade adulta, mas sem o respectivo corte.
Referiu também que há também mulheres que vivem desta profissão - as fanatecas -, situação que tem de se ter em conta, pois terão de existir programas que permitam reconvertê-las para outra profissão.
"Cicatrizes de Mulher" já foi lançado em Portugal tendo sido escrito com base em declarações e entrevistas feitas nos bairros portugueses onde predominam comunidades africanas, nomeadamente da Guiné-Bissau.
O livro de Sofia Branco foi lançado na sequência das I Jornadas de Formação e Debates das Organizações Não Governamentais da Guiné-Bissau, a decorrer durante esta semana em Bissau.
As Jornadas contaram também com a realização de conferências e debates sobre variados temas, destacando-se, entre outros, "Conflitos e Pós-Conflitos em África", numa alocução de David Gakunzi, do Centro Norte/Sul do Conselho da Europa, e "África - A Comunicação Social entre a Paz e o Conflito", pelo jornalista e escritor português Pedro Rosa Mendes.
Paralelamente, estão patentes exposições de fotografias, de produtos locais transformados e conservados e ainda de artesanato das diferentes ONG guineenses, decorrendo também um torneio de futebol de salão.
Todas estas actividades estão integradas num programa diversificado de cooperação que a PlaCon-GB tem desenvolvido com ONG e organismos internacionais, contando com o apoio do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), entre outros.

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