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  Entrevista
Díli em risco de se tornar uma «cowboy city», diz Matan Ruak
- 27-Oct-2006 - 15:39


O comandante das forças armadas timorenses, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, exigiu uma "boa gestão" das forças de segurança nacionais e internacionais em Timor- Leste, sob pena de o país se transformar num "faroeste", numa entrevista hoje ao Diário de Notícias.


"Quando há muitas forças, não podem existir vários comandos. Isso só cria confusão. Foi o que aconteceu nos últimos meses. Por isso é que digo que, se isto não muda, ainda vamos ter de mudar o nome de Díli para Cowboy City", afirmou o comandante das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).

Na sequência da crise político-militar desencadeada no final de Abril, após o despedimento de cerca de 600 efectivos das F-FDTL, cerca de um terço do total de efectivos, encontra-se em Timor-Leste uma força militar internacional, sob comando da Austrália, e uma força da Polícia das Nações Unidas (UNPOL), que inclui efectivos da GNR, sob comando do comissário português Antero Lopes.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, deverá entregar hoje um relatório ao Conselho de Segurança para que seja tomada uma decisão sobre a componente militar da missão da organização em Timor-Leste, que a Austrália não aceita que fique sob comando das Nações Unidas.

Na entrevista ao Diário de Notícias (DN), Taur Matan Ruak recorda que o Parlamento timorense aprovou quinta-feira uma resolução em que defende que as forças internacionais (os efectivos militares da Austrália e Nova Zelândia, presentes em Timor-Leste ao abrigo de acordos bilaterais) "sejam enquadradas por um comando da ONU".

"O que propomos é que o Estado timorense faça uma reavaliação do papel das forças internacionais, analise as suas deficiências ao longo destes seis meses, reveja a estratégia, os métodos e os objectivos", frisou Taur Matan Ruak.

"Caso contrário, só estaremos a aumentar os problemas. Uns criados por nós - como é o caso da má gestão da nossa administração para lidar com o problema dos milhares de refugiados que se encontram em Díli - e outros criados... por outros", acrescentou, sem precisar a quem se referia.

Taur Matan Ruak, que se tornou comandante das F-FDTL depois de ter sido o último líder das Falintil na luta de guerrilha contra a ocupação indonésia (1975-1999), reivindicou também um papel para as forças armadas timorenses, que têm estado confinadas aos quartéis desde o final de Abril, quando começou a crise no país.

"Somos parte interessada na pacificação do conflito. O país tornou-se independente por causa dos nossos sacrifícios e dos sacrifícios do nosso povo. Por isso, não nos venham dizer agora que somos incompetentes, que não servimos para nada ou que há exércitos mais competentes", afirmou.

"Ao longo de 24 anos, enfrentámos um dos exércitos mais profissionais do mundo. Não somos assim tão ingénuos", referiu ainda, sublinhando: "Só queremos que nos respeitem".

"Senti-me prisioneiro no meu país. Foram seis meses assim", comentou, referindo-se ao confinamento das F-FDTL aos quartéis, frisando que desde o final de Abril, se assistiu a "uma marginalização e uma descaracterização" da imagem das forças armadas timorenses, "através de sucessivas mentiras e boatos".

"Além disso, senti-me humilhado, aos olhos do nosso povo, por tudo o que disseram de nós. Mas os timorenses sabem quais foram os nossos contributos nestes últimos 31 anos", salientou.

Taur Matan Ruak destacou em particular a alegação de que as F- FDTL tinham cometido um massacre em Taci Tolu, saída ocidental de Díli, no final de Abril, quando foram chamadas pelo governo do ex- primeiro-ministro Mari Alkatiri para pôr termo aos confrontos que se seguiram a uma manifestação de ex-militares.

A comissão da ONU que investigou a violência ocorrida em Timor- Leste em Abril e Maio concluiu que o massacre de Taci Tolu nunca existiu.

Salientando que os investigadores da ONU "não podiam fazer outra coisa", porque o massacre "nunca ocorreu", Taur Matan Ruak disse que a acusação contra as F-FDTL "teve consequências muito sérias".

"Danificou a nossa imagem, permitindo que pusessem de parte, que nos colocassem de lado, confiando noutras pessoas. Tudo isso foi feito de forma muito sistemática", afirmou ao DN, acusando "timorenses e estrangeiros", que não identificou ("os jornalistas é que sabem o que devem investigar", disse), de estarem "muito interessadas" em descaracterizar a imagem das F-FDTL.

Taur Matan Ruak referiu que conseguiu manter a disciplina dos seus homens "com muita paciência".

"Vinte e quatro anos de luta [contra a Indonésia] ensinaram- nos a ter paciência. E o papel de um comandante é acompanhar a situação, estar atento aos acontecimentos, analisá-los e, depois, estar preparado para responder no momento mais oportuno. Durante seis meses estive calado. Mas, a partir de agora, vamos começar também a contar a nossa história e a contar aquilo que aconteceu", disse.

Sobre os políticos timorenses, o brigadeiro-general referiu que "também não têm experiência", mas defendeu que "deviam ser mais humildes" e "ouvir mais para [poderem] perceber melhor, permitindo que outros dessem os seus contributos".

Interrogado pelo jornalista do DN Armando Rafael, que conduziu a entrevista telefónica, se as suas afirmações não punham em causa a autoridade de Xanana Gusmão, Presidente da República e comandante supremo das F-FDTL, Taur Matan Ruak não respondeu directamente, preferindo salientar que o preocupa que os timorenses não consigam curar as feridas que vêm do passado.

"Se não as curarmos agora, elas gangrenam e rebentam", alertou.

Sobre a violência entre "gangs" que tem ocorrido em Díli, e que hoje mesmo provocou mais dois mortos, Taur Matan Ruak disse que existem agora na capital timorense mais armas do que no período da resistência contra a ocupação indonésia.

"Como é possível? É preciso regressar a Abril e Maio para se perceber. Primeiro, tivemos confrontos entre militares e desertores das F-FDTL e da PNTL [polícia timorense], com alguns civis armados. Depois, Díli foi tomada por 'gangs' com motivações políticas e étnicas. Mas isso já passou. O que temos agora são 'gangs com motivações criminais e étnicas", afirmou.

Taur Matan Ruak disse ainda que o comandante do contingente militar australiano, brigadeiro-general Mick Slater, já regressou à Austrália, esperando "vir a manter uma boa relação com o seu sucessor", mas a eventual substituição daquele militar ainda não foi confirmada por nenhuma fonte australiana, segundo acrescenta o DN.


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