As Notícias do Mundo Lusófono
 Notícias de Angola Notícias do Brasil Notícias de Cabo Verde Notícias da Guiné-Bissau Notícias de Moçambique Notícias de Portugal Notícias de São Tomé e Príncipe Notícias de Timor Leste
Ir para a página inicial de Noticias Lusofonas desde 1997 director: Norberto Hossi
 Pesquisar
 
          em   
 Notícias

 » Angola
 » Brasil

 » Cabo Verde
 » Guiné-Bissau
 » Moçambique
 » Portugal
 » S. Tomé e Príncipe
 » Timor Leste
 » Comunidades
 » CPLP
 
Informação Empresarial
Anuncie no Notícias Lusófonas e divulgue a sua Empresa em toda a Comunidade Lusófona
 Canais


 » Manchete
 » Opinião
 » Entrevistas
 » Cultura
 » Desporto
 » Comunicados
 » Coluna do Leitor
 » Bocas Lusófonas
 » Lusófias
 » Alto Hama

 » Ser Europeu

Siga-nos no
Siga o Notícias Lusófonas no Twitter
Receba as nossas Notícias


Quer colocar as Notícias Lusófonas no seu site?
Click Aqui
Add to Google
 Serviços

 » Classificados
 » Meteorologia
 » Postais Virtuais
 » Correio

 » Índice de Negócios
 
Venha tomar um cafezinho connoscoConversas
no
Café Luso
 
  Cultura
Xanana Gusmão defende
o primado da economia

- 4-Jun-2003 - 9:16


O presidente timorense voltou a lembrar que independência traz direitos mas também obrigações


O presidente da República timorense defendeu hoje a necessidade de uma maior aposta no fortalecimento da economia timorense, de mais esforços na implementação de programas e de mais trabalho para melhorar a confiança económica nacional e internacional. Segundo Xanana Gusmão, que falava na sessão de abertura da oitava reunião dos parceiros de desenvolvimento de Timor-Leste, ainda que a educação e saúde "sejam fundamentais para o desenvolvimento do país", só poderão funcionar se complementadas por acções claras que estimulem a economia, que fomentem a produção agrícola e que ajudem a aumentar o mercado laboral.



Por António Sampaio
(*)

"Os focos da redução da pobreza não podem ser dirigidos, presentemente, com certa abundância de análise, para esses dois vectores de desenvolvimento nacional, fundamental numa temporalidade a longo prazo", considerou.

"A redução da pobreza deve ser encarada na formulação corajosa de acções concretas e múltiplas para que se possa espalhar a confiança no crescimento económico, a base sine qua non para acompanhar e suportar todo o esforço de estabilização do processo social e político", disse ainda.

Para Xanana Gusmão, "sem um índice motivador de confiança, no crescimento económico", a estabilidade "permanecerá como um obstáculo permanente". O presidente timorense deixou novamente recados para a população, lembrando que independência traz direitos mas também obrigações.

"Do topo até às bases, temos de transformar a nossa mentalidade de esperar pelas dádivas dos doadores e do Governo, e começar a tomar o controlo das nossas vidas, do nosso desenvolvimento e do nosso destino", afirmou.

"Iremos necessitar, sem dúvida, da ajuda de outros ainda por algum tempo, mas nós também devemos exceder-nos e esforçarmo-nos para usar, da melhor forma, os modestos recursos que temos e o apoio que recebemos", sublinhou.

Pedindo "maior atenção à agricultura e à pequena e média indústria", Xanana Gusmão lamenta que permaneça a ideia de que "a agricultura não é um emprego", enfraquecendo assim as potencialidades de Timor-Leste se tornar auto-suficiente neste sector.

Como tal, e no quadro do plano de desenvolvimento, defendeu um programa faseado, de entre cinco e sete anos, para promover "a auto- suficiência em produtos agrícolas básicos, evitando a actual e incomportável situação de importação dos artigos alimentares de primeira necessidade".

"Com a importação dos produtos alimentares, que poderíamos produzir, o povo lamenta que os seus produtos ou não sejam comprados ou o sejam a preços irrisórios, tornando assim difícil à maioria da população a acessibilidade a outras necessidades, inclusive para pagar 50 cêntimos por mês, por cada filho na primária", disse.

A par disso é necessário incrementar o sector industrial de pequena e média dimensão, num esforço de criação de emprego "permanente e sustentável".

Não basta, sugere, apostar nas linhas de micro-crédito, que apenas servem para "pequenos restaurantes, vazios todo o tempo, quiosques cheios de produtos indonésios, com algumas bananas penduradas, e os mercados tradicionais que cada vez se enchem mais de pessoas vindas do interior, na difícil procura dos 50 cêntimos para pagar a escola dos filhos".

Continua também a evidenciar-se, no quadro do debate sobre investimento estrangeiro, "a falta de capacidade profissional dos jovens" e o problema do índice salarial, "demasiado elevado comparativamente à região em que Timor-Leste está inserido".

"O barómetro do progresso não reside na quantidade de dinheiro canalizado pelos nossos parceiros de desenvolvimento ou na dimensão do orçamento do Governo", sublinhou.

"Mas sim - prosseguiu - se a nossa juventude e veteranos têm trabalho remunerado, quanto é que o nosso povo produziu e se houve capacidade de venda da produção, se existe comida à mesa nas aldeias durante os meses de fraca produção, se as nossas crianças estão a ir às escolas e se o nosso povo está a receber cuidados de saúde de qualidade", afirmou.

Pedindo maior mobilização do povo "enquanto agentes de mudança" e não apenas como "vítimas que recebem esmolas do governo e das agências doadoras", o chefe de Estado rejeita a simples aplicação em Timor-Leste de "padrões de acções" importados.

Na sua intervenção, Xanana Gusmão voltou a abordar o tema da descentralização, condenando o "arrastar da indefinição estrutural de governação" que "não vai permitir que o próprio Estado se desenvolva com dinamismo e aptidão", e defendendo a criação de condições básicas "de capacitação do povo a sentir-se o principal actor deste processo de desenvolvimento".

"É aí que se coloca a necessidade de descentralização real. É aqui que se coloca também a necessidade de se evitar compreender que a descentralização é apenas uma extensão da burocracia do governo central", disse.

Num recado final para a comunidade internacional, Xanana Gusmão recordou que Timor-Leste ainda vive numa realidade de carências a vários níveis, considerando que é importante consolidar apoios.

"Não é altura para os nossos parceiros de desenvolvimento relaxarem no apoio às necessidades mais prementes do país. É, sim, uma ocasião propícia para consolidar esta nova relação de parceria de desenvolvimento", disse.

A reunião dos parceiros de desenvolvimento termina na quinta- feira.

(*) da Agência Lusa

Marque este Artigo nos Marcadores Sociais Lusófonos




Ver Arquivo


 
   
 


 Ligações

 Jornais Comunidades
 
         
  Copyright © 2009 Notícias Lusófonas - A Lusofonia aqui em primeira mão | Sobre Nós | Anunciar | Contacte-nos

 edição Portugal em Linha - o portal da Comunidade Lusófona Criação e Alojamento de Sites Algarve por NOVAimagem