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Economia e laços comerciais dominam visita governamental a Jacarta
- 10-Jun-2003 - 17:58
Economia, laços comerciais e maior cooperação nas áreas de saúde e educação são alguns dos temas centrais da agenda da reunião que a delegação governamental timorense, de visita a Jacarta, mantém quarta- feira com o governo indonésio.
Por António Sampaio
da Agência Lusa
Chefiada pelo primeiro-ministro, Mari Alkatiri, a delegação timorense pretende ainda debater temas como a cooperação policial e militar e o intercâmbio em questões fronteiriças.
Os últimos pormenores na agenda da visita foram definidos hoje, à chegada a Jacarta, durante uma reunião da delegação timorense com o embaixador de Díli na capital indonésia, Arlindo Marçal.
"Queremos deixar claro que o governo de Timor-Leste, toda a liderança, todo o povo, considera de primeira prioridade aprofundar as relações com a Indonésia", disse à Agência Lusa, em Jacarta, Mari Alkatiri.
"Queremos avançar com a cooperação a todos os níveis, técnico, cultural, cientifico, tecnológico, mas também a nível empresarial", explicou.
A área educativa continuará a merecer especial atenção, até porque mais de 2.000 alunos timorenses estão a estudar na Indonésia, a maioria a meio dos seus cursos.
Díli quer, por um lado, manter vivo o programa de bolsas de estudo, pagas tanto por Jacarta como por outros países para alunos timorenses, como, mais importante ainda, conseguir a equiparação a nível de propinas com os alunos indonésios.
Jacarta indicou já que pretende passar a considerar os alunos timorenses como "estrangeiros", no que toca a propinas, o que tornaria o estudo neste país praticamente impossível para a maioria dos alunos de Timor-Leste.
"É a primeira vez que vamos abordar estas questões oficialmente. Há muitos alunos que querem completar os seus cursos, mas como há muitas universidades autónomas e independentes isso complica um bocado as negociações", frisou Alkatiri.
"Penso que se conseguirmos um acordo político entre os dois governos, talvez consigamos, depois, um acordo a nível das universidades", sustentou.
Para a saúde, e dadas as carências de quadros que se evidenciam em Timor-Leste, a delegação de Díli quer estudar eventuais programas de formação, nomeadamente no que se refere a especialidades e gestão orçamental.
Na mesa de negociações estará ainda - como confirmou à Lusa o comandante das Forças Defesa de Timor-Leste, brigadeiro general Taur Matan Ruak - a possível formação de dois soldados timorenses na Academia Militar indonésia.
Fontes da delegação timorense admitem que esse projecto assumiria um papel predominantemente político, tanto por aproximar os dois vizinhos, como por colocar dois soldados na Academia, actualmente sob responsabilidade do antigo comandante indonésio em Timor Ocidental, Willem da Costa.
José Ramos Horta, o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, deverá, por seu lado, propor uma maior cooperação entre as duas metades da ilha de Timor nas áreas de prevenção de doenças, vacinação e combate à malária.
Igualmente discutido poderá ser o papel da língua indonésia no futuro de Timor-Leste, uma questão levantada pela presidente Megawati Sukarnoputri junto do seu homólogo timorense, Xanana Gusmão, aquando da visita do chefe de Estado timorense a Jacarta, no ano passado.
Timor-Leste mantém que o indonésio poderá continuar a ter um papel em Timor-Leste, apesar de pretender um formato de apoio a essa língua através de um instituto semelhante à "Alliance Francaise", como referiu fonte do governo timorense.
Ausente da agenda estará, possivelmente pela primeira vez numa visita de alto nível, a questão da justiça, que nem sequer está representada na delegação governamental de Timor- Leste.
Instado pela Lusa a explicar essa ausência, Mari Alkatiri explicou que a composição da delegação demonstra a importância que se quer dar, agora, "à cooperação na área económica e da segurança da fronteira".
Durante a reunião bilateral de quarta-feira, será assinado um memorando de entendimento sobre mercados fronteiriços e trânsito de pessoas.
A delegação timorense inclui, entre outros, o ministro José Ramos Horta, que segue depois para uma digressão pela Ásia, os titulares das pastas das Finanças (Madalena Boavida), Agricultura (Estanislau da Silva), Transportes e Telecomunicações (Ovídio Amaral) e Educação (Armindo Maia), bem como o secretário de Estado do Conselho de Ministros, Gregório de Sousa.
Viajam ainda com o primeiro-ministro 15 empresários timorenses.
Além de um encontro com a presidente indonésia, Megawati Sukarnoputri, estão previstos encontros com o "Indonesian Council for World Affairs", com os embaixadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) acreditados em Jacarta e com a Câmara de Comércio e Indústria da Indonésia.
A agenda inclui ainda uma visita à primeira embaixada de Timor-Leste em Jacarta, encontros com responsáveis da companhia aérea indonésia, Merpati, que estabelece ligações entre Bali e Díli, e ainda um encontro com a comunidade timorense que reside na capital indonésia.
A comitiva tem regresso previsto a Díli a 13 de Junho.

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