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Kumba Ialá quer dissipar «nuvem negra» nas relações com Lisboa
- 16-Jun-2003 - 18:19
A presença do presidente da República da Guiné-Bissau, Kumba Ialá, nas cerimónias oficiais do Dia de Portugal, em Bissau, está a ser encarado nos meios diplomáticos como um "gesto" de aproximação, depois de meses de tensão bilateral.
Kumba Ialá "concedeu" a Portugal uma originalidade: foi a primeira vez que esteve presente numa recepção organizada em torno de um dia nacional de um país acreditado em Bissau.
Confrontada com esta atitude de Kumba Ialá, uma fonte da embaixada de Portugal em Bissau, admitiu que "foi com muito agrado" que o presidente guineense foi recebido "porque, entre outras razões, esta é a primeira vez que o chefe de Estado guineense se desloca à comemoração de um dia nacional nas embaixadas".
"Não sendo comum que o senhor presidente se desloque às recepções oficiais dos dias nacionais organizados pelas embaixadas, obviamente que a embaixada de Portugal encarou este gesto com muito agrado", frisou a mesma fonte.
Este "gesto" de Kumba Ialá poderá ser um ponto final no "mal- estar" com origem na série de ataques aos "neo-colonialistas" protagonizado pelo presidente guineense, onde, em diversas ocasiões, Portugal foi citado como tendo pretensões "colonialistas" sobre a Guiné-Bissau.
Igualmente significativo neste âmbito foi a troca de "mimos" entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português e o governo guineense tendo como pano de fundo a alegada, porque não divulgada oficialmente, pretensão de Kumba Ialá em ver afastados das eleições legislativas, ainda marcadas para 06 de Julho, observadores portugueses e da Comunidade dos Países de Lingua Portuguesa (CPLP).
Mais distante, há cerca de um ano, mas mais aguda, foi a ameaça de Kumba Ialá de cortar relações com Portugal no rasto das afirmações do ex-presidente português, Mário Soares, que colocou em causa a sanidade mental do chefe de Estado guineense.
Pelo meio fica ainda o abrupto encerramento da delegação da RTP- África em Bissau em Novembro de 2002, situação que se mantém quase sete meses depois.
No entanto, a presença, embora silenciosa, de Kumba Ialá na embaixada de Portugal, durante a recepção organizada em torno das comemorações do Dia de Portugal, é apontada por fontes da presidência guineense como "um claro gesto" cuja direcção é a "solidificação das relações bilaterais".
O ministro de Estado e Conselheiro para os Assuntos Políticos e Diplomáticos, Juliano Fernandes, garantiu, em declarações à Lusa, que a deslocação de Kumba Ialá à embaixada de Portugal "é uma demonstração do chefe de Estado às autoridades portuguesas e ao povo português de que não há nenhum mal-estar por parte da Guiné-Bissau".
"Reconheço que havia uma nuvem negra de parte a parte, mas decorrente de mal entendidos mútuos e interpretações erradas de afirmações do presidente guineense", disse, frisando que, "neste momento, o presidente Kumba Ialá está interessado em dissipar" essas nuvens, disse.
Juliano Fernandes colocou o problema noutro contexto: a nuvem negra que cobre as relações bilaterais tem origem no facto de "existirem cidadãos guineenses em Portugal que fazem política contra a Guiné-Bissau a partir de Lisboa e outros em Bissau que fazem política ao serviço de interesses no exterior" e são estas pessoas que estão na origem das afirmações de Ialá contra os neo- colonialistas.
"O presidente até já esteve interessado durante o ano de 2002 em fazer uma visita oficial a Portugal e isso foi comunicado à embaixada de Portugal em Bissau. Mas a verdade é que, até hoje, não se sabe porque não se concretizou", sublinhou.
O ministro de Estado garante que Kumba Ialá tem Portugal como "um parceiro privilegiado de ontem, de hoje e para o futuro".

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