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Meio milhão de dólares da UNESCO para o projecto «A rota dos escravos»
- 24-Aug-2009 - 0:10
Apoio substancial será dado ao Centro sobre o Diálogo Afro-Ameríndio, no Equador
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO) prevê aplicar meio milhão de dólares para implementação do programa "A rota dos escravos", nos próximos dois anos. A revelação foi feita em Luanda, Angola, pelo vice-presidente do Comité Cientíifico Internacional do referido projecto, o angolano Simão Souindoula, no quadro da celebração do Dia Internacional do Tráfico Negreiro e da Sua Abolição.
Este montante, segundo aquele responsável, servirá para relançar as diferentes actividades da "rota", no espírito das novas linhas estratégicas traçadas pela última reunião do seu Comité Científico Internacional, que teve lugar em Paris, em Fevereiro passado.
Simão Souindoula afirma que as acções previstas assentarão principalmente na preservação dos arquivos e dos corpus das tradições orais, a continuação do inventário dos lugares de memória, a investigação científica, a produção de suportes pedagógicos, a promoção dos aportes culturais de África e a contribuição da Diáspora africana na civilização universal.
O prosseguimento das investigações na região do Mar Vermelho, no Extremo Oriente e na América andina, o lançamento de estudos sobre a presença africana no Pacífico e nas margens do Rio de la Plata, a publicação na Tela do Atlas das interacções civilizacionais provocadas pelas diferentes movimentações escravistas, a edição de um Inventário Mundial dos Principais Sítios e Lugares de Memórias ligados com a Shoah Negra, são outras tarefas a serem implementadas.
O perito angolano destacou, também, a produção do documentário "As Rotas da Escravatura. Uma Visão Global", a saída do prelo das actas do Colóquio de Tozeur, na Tunísia, sobre a escravatura no mundo árabe-muçulmano, a organização, em Maputo, Moçambique, no próximo ano, da Segunda Conferência Internacional sobre a Diáspora Africana na Ásia, entre outros.
Simão Souindoula realçou que uma atenção particular será acordada, durante a próxima reunião bienal, a um melhor conhecimento das interacções entre os africanos e as populações ameríndias na América Andina, região pouco coberta pelas investigações comparativa de carácter histórico, linguístico e antropológico.
Um apoio substancial será dado ao inédito Centro sobre o Diálogo Afro-Ameríndio, instituição baseada em Esmeraldas, no Equador. Este programa será bem facilitado pela presença de Firmin Matoko, Director Regional da UNESCO em Quito, originário do Congo Brazzaville.
O vice-presidente Simão Souindoula fez notar que a execução do acordo entre a UNESCO e a Organização Mundial do Turismo será prosseguido, e incidirá em países, protagonistas do negócio de madeiras de ébano, mas poucos conhecidos, tais como os países escandinavos.
O conjunto dessas actividades será executado com a parceria de universidades, centros de pesquisas, museus, associações, municipalidades e operadores culturais independentes.
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