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Democracia ibérica (socialistas unidos)
- 3-Sep-2009 - 19:58
Espanha decidiu e o PS agradeceu, cancelar o Jornal Nacional de sexta-feira da TVI, a estação de televisão líder em Portugal
A direcção de informação da TVI (Portugal) composta por João Maia Abreu (director) Mário Moura e Manuela Moura Guedes (directores-adjuntos) apresentou a sua demissão em virtude do cancelamento do "Jornal Nacional" de sexta-feira que deveria ir para o ar amanhã depois de uma paragem para férias.
Ver também a crónica aqui ao lado (Alto Hama): «Sócrates um, jornalismo zero»
Os chefes de redacção, António Prata e Maria João Figueiredo, também apresentaram a demissão.
A decisão de suspender o "Jornal Nacional" de sexta-feira partiu directamente do presidente da Prisa, em Espanha, e foi comunicada à direcção da TVI hoje de manhã, disseram fontes da estação.
De acordo com as mesmas fontes, o director-geral da TVI, Bernardo Bairrão terá ainda tentado convencer a Prisa a não suspender o "Jornal Nacional" de sexta-feira, apresentado por Manuela Moura Guedes.
O director-geral da TVI Bernardo Bairrão, que era vice de José Eduardo Moniz e que lhe sucedeu após a saída para o grupo Ongoing, tem estado incontactável.
No entanto, segundo a TSF, que avançou com a notícia em primeira-mão, "a suspensão deste noticiário foi decidido pela Administração um dia depois de uma reunião em que a direcção foi questionada sobre o tipo de promoção que o noticiário estava a ter".
Recorde-se que a promoção ao "Jornal Nacional" de sexta-feira incluía uma declaração de José Sócrates com a alusão ao "jornalismo travestido" feito neste noticiário e uma frase final em que se dizia que neste jornal não se mudam linhas editoriais.
De acordo com a TSF foram ainda "questionados critérios e modelos em relação a algumas peças jornalísticas que iriam ser divulgadas no 'Jornal Nacional' de sexta-feira".
Em entrevista ao "Diário de Notícias", hoje publicada, a pivô disse que estava consciente de que "há muita gente que gostaria" que não voltasse ao pequeno ecrã, mas "só se fossem muito estúpidos" é que a afastariam.
"Só se fosse alguém muito estúpido. Como sabe, o meu jornal faz grandes audiências, esta televisão é uma televisão comercial, vive de audiências e daquilo que elas geram", afirmou Moura Guedes.
Durante a entrevista ao DN disse ainda que é "um alvo a abater" por José Sócrates e recusou as críticas que lhe fazem à forma como apresenta o "Jornal Nacional".
"Isso é um disparate. Eu tento sempre contextualizar a informação. Procuro que o meu pivô tenha mais informação, recordando coisas que já aconteceram. E admito que possa ter um bocadinho do que eu penso. Eu não quero ser uma alforreca, eu não sou uma alforreca."
O director de informação demissionário da TVI, João Maia Abreu, vai manter-se em funções interinamente até ser nomeada uma nova direcção de informação, anunciou a administração do canal.
Atentado à liberdade, diz o PSD
O vice-presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco afirmou hoje que a demissão da Direcção de Informação da TVI "consubstancia um dos maiores atentados à liberdade de informação de que há memória depois do 25 de Abril".
Afirmando que "hoje Portugal e a democracia portuguesa estão de luto", Aguiar-Branco considerou que aquela demissão é "a prova acabada de uma estratégia contínua e intencional de condicionamento, interferência e silenciamento de um órgão de comunicação social, próprio de uma sociedade que vive um cada vez mais insuportável clima de asfixia democrática".
"Temos um primeiro-ministro e um Governo que convivem mal - mesmo muito mal - com as liberdades e que não olham a meios enquanto não conseguem controlar ou silenciar quem os critica ou ousa pensar diferente", acusou.
O dirigente social-democrata, que falava na sede do Porto do PSD, considerou que "tudo começou por um inaudito ataque formal no congresso socialista de há meses contra a TVI e o seu Jornal Nacional".
"Esse ataque foi depois confirmado em entrevista televisiva pelo engenheiro José Sócrates. A informação livre da TVI era um alvo a abater. O vergonhoso episódio da intenção de aquisição da TVI pela PT foi a investida seguinte, em que já tudo ficou claro", acusou.
Aguiar-Branco afirmou que "o encerramento do Jornal Nacional hoje consumado é o culminar de todo este atentado a liberdades conquistadas pelo 25 de Abril e que são liberdades fundamentais".
"Esta asfixia em que agora vivemos não pode deixar dormir descansados os democratas e os amantes da liberdade. Não podemos mais tolerar este clima de condicionamento, de instrumentalização, de propaganda e de intimidação das mais elementares garantias democráticas", frisou, convocando os portugueses a "pronunciarem-se no próximo dia 27 de Setembro último, último dia do mandato do engenheiro José Sócrates e do PS à frente do Governo de Portugal".
O vice-presidente do PSD lançou "um grande apelo cívico a toda a sociedade civil, a todos os portugueses -qualquer que seja a sua cor política ou partidária - para denunciarem e repudiarem esta situação".
"Chegou a hora de perder o medo, de não ceder à intimidação, de dizer não à tutela e ao controlo governamental das mais básicas garantias e liberdades democráticas", sublinhou.
"O PSD, sem qualquer sentido eleitoral ou partidário, presta homenagem e solidariedade a todos os jornalistas portugueses e ao jornalismo português", afirmou Aguiar-Branco, que se recusou a responder a qualquer pergunta da comunicação social.
Sindicato dos jornalistas
O Sindicato dos Jornalistas (SJ) demonstrou hoje "indignação e repulsa" pela extinção do "Jornal Nacional"de sexta-feira da TVI, que levou à demissão em bloco da direcção de informação da estação, e exige esclarecimentos por parte da administração.
"A ser verdadeira, tal extinção só pode ser recebida pelo SJ com indignação e repulsa, pois representaria uma ingerência ilegítima e completamente inaceitável da Administração na esfera da competência exclusivamente reservada à Direcção de Informação", refere um comunicado hoje divulgado.
No comunicado, o Sindicato menciona que tomou conhecimento da demissão da direcção de informação da estação de Queluz, após a comunicação da extinção do jornal pela administração, através dos meios de comunicação social.
"Por outro lado, as notícias estão a lançar sobre a TVI e a sua Administração uma suspeição de tal modo grave que exigem da parte desta, desde logo em nome da transparência, um cabal esclarecimento das circunstâncias que conduziram à demissão verificada", acrescenta o SJ.
O Sindicato considera ainda que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) "deve agir de modo a esclarecer cabalmente as circunstâncias e as razões da demissão da Direcção de Informação".
Entidade Reguladora para a Comunicação Social
O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), considera "absolutamente inaceitável" e de "total ausência de oportunidade" o cancelamento do "Jornal Nacional" de sexta-feira da TVI, hoje anunciado pela administração da estação.
"Tenho por absolutamente inaceitável e de uma total ausência de sentido de oportunidade com uma consequência objectiva de interferência num processo eleitoral a decisão que foi hoje tornada pública e tomada pela administração da TVI", afirmou à Lusa José Azeredo Lopes.
O presidente da ERC salientou a "estupefacção" que sentiu perante as notícias que dão conta do cancelamento do "Jornal Nacional" de sexta-feira, apresentado por Manuela Moura Guedes.
Baseando-se apenas no que leu nos media, o presidente da ERC, considera que na base da decisão da administração da TVI pode haver questões "que podem vir a ser importantes do ponto de vista da liberdade de imprensa".
"Há aqui um ponto que logo à partida é inaceitável, independentemente da razão ou falta dela para a decisão tomada pela administração - e não vou tecer acusações sem que seja notificada a TVI para pronúncia sobre este assunto. É inaceitável que esta decisão tenha sido tomada em período eleitoral", disse.
"Isto significa que por razões subjectivas, mas pelo menos por razões absolutamente objectivas, esta decisão vai representar, na minha perspectiva, uma interferência não aceitável", acrescentou Azeredo Lopes.
A tomada de posição da direcção de informação da estação [que se demitiu em bloco] é, para presidente da ERC, um ponto importante.
"Chama-me a atenção a tomada de posição da direcção de informação da TVI, que aparentemente não terá ficado convencida com as razões apresentadas pela administração da TVI. Sempre falando do que tive ocasião de ler nos media", disse.
O presidente remeteu para mais tarde, "talvez ainda hoje", uma posição oficial do Conselho Regulador da ERC.
Socialistas negam envolvimento
O PS manifestou hoje "repúdio" pelas acusações de envolvimento dos socialistas na suspensão do "Jornal Nacional" de sexta-feira da TVI e contrapôs que o último caso de ingerência aconteceu no executivo de Pedro Santana Lopes.
"O PS nada tem a ver com a TVI e com a administração da TVI, sendo absolutamente falsas - e merecem-nos o maior repúdio - as insinuações e acusações que se têm sucedido ao longo da tarde e que procuram relacionar a decisão da administração de uma empresa privada de comunicação social com o PS", declarou em conferência de imprensa Augusto Santos Silva, membro do Secretariado Nacional dos socialistas.
Augusto Santos Silva, também ministro dos Assuntos Parlamentares, com a tutela da comunicação social, procurou vincar a ideia de que o PS "nada tem a ver com a decisão absolutamente incompreensível" da administração da TVI de suspender o "Jornal Nacional" de sexta-feira, que tem sido coordenado pela jornalista Manuela Moura Guedes.
"Merece o nosso repúdio qualquer acusação de que haja directa ou indirectamente uma influência ou intervenção do PS. Essas acusações qualificam os seus autores e mostram que vários partidos políticos em Portugal não sabem conviver com a liberdade de imprensa e procuram aplicar a outros quadros mentais e de relacionamento com os meios de comunicação social que porventura os caracterizam a eles", contrapôs Augusto Santos Silva.
Confrontado com as declarações do vice-presidente do PSD José Pedro Aguiar Branco, de que este caso na TVI configura o maior ataque à liberdade de Imprensa desde o 25 de Abril de 1974, Augusto Santos Silva preferiu recordar "o afastamento" de Marcelo Rebelo de Sousa dos comentários políticos nesta mesma estação de televisão, em 2004.
"O último caso documentado de uma interferência de um Governo sobre um programa de informação de uma televisão ocorreu quando o dr. Aguiar Branco era ministro da Justiça do Governo de Pedro Santana Lopes. Então houve pressões para afastar um comentador que, aos olhos desse Governo, lhe parecia hostil", afirmou o membro do Secretariado Nacional do PS.
Fontes: Agências, Expresso, DN, NL

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