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Governo quer cooperação na saúde para travar emigração clandestina
- 15-Jul-2003 - 11:40
O primeiro-ministro de Cabo Verde entende que uma das formas de travar a emigração clandestina para Portugal é diminuir as saídas para tratamentos médicos, mas para isso é preciso melhorar os cuidados de saúde no país.
José Maria Neves entende que o reforço da cooperação da área da saúde é algo que poderá beneficiar os dois países, e irá expor esse ponto de vista ao primeiro-ministro de Portugal, Durão Barroso, que visita Cabo Verde de quinta-feira a sábado próximos.
"Penso que todos devemos trabalhar para reduzir a emigração clandestina para Portugal e criar as condições para que o os cabo-verdianos possam tratar-se em Cabo Verde", observou, em entrevista à Agência Lusa.
Na sua opinião "é de todo o interesse" para os dois países que em Cabo Verde se desenvolvam os meios de diagnóstico e de tratamento médicos para evitar muitas das saídas que actualmente acontecem, porque, sublinha, "um dos canais que é utilizado para a emigração clandestina é precisamente a pressão que existe relativamente às evacuações de doentes".
A este aspecto acresce uma outra desvantagem, a de Cabo Verde ter de gastar dinheiro para custear a permanência de doentes em Portugal, cujos montantes não chegam para uma subsistência digna.
"Com a cooperação com Portugal, se criarmos melhores condições em Cabo Verde, para os diagnósticos e tratamentos, estaremos a bloquear esse canal de emigração clandestina", sustentou.
Para José Maria Neves também no domínio da formação há grandes vantagens se a mesma ser feita no país, porque também por essa via se evita a saída clandestina, além de que se estiverem em causa profissionais em especialização não se afastam deste modo da prestação de cuidados aos pacientes.
Neste domínio, no início deste mês concluiu-se um projecto de formação pioneiro, que permitiu formar em Cabo Verde os primeiros quatro especialistas em genética e obstetrícia.
O internato da especialidade, coordenado por Agostinho Almeida Santos, professor catedrático de medicina na Universidade de Coimbra, durou quatro anos, implicou a deslocação a Cabo Verde de nove formadores portugueses, por períodos de seis meses, o que permitiu também que estes prestassem cuidados assistenciais ou fizessem intervenções cirúrgicas.
Este é um domínio, o da formação em Cabo Verde, que o chefe de governo pretende ver reforçado, mas também quer ver lançada uma outra estratégia de acção, que é a deslocação periódicas de equipas médicas e de cirurgia para a assistência aos pacientes cabo-verdianos.
"Isso custaria de longe menos do que a evacuação de 100 ou 150 pessoas para Portugal", frisou, e também se bloqueava esse "canal de emigração clandestina".
Na sua opinião, na cooperação com Portugal, independentemente dos domínios a que se reporte, é importante ter criatividade, para se fazer mais, e com melhores resultados, com os recursos disponíveis.
O anterior ministro da Saúde do governo de José Maria Neves, Dario Dantas dos Reis, chegou a defender a ideia de se criar, com a ajuda da cooperação portuguesa, um hospital de ponta na ilha do Sal, para certas especialidades.
Com as condições instaladas, e com a facilidade de a ilha do Sal estar servida por aeroporto internacional, rapidamente se mobilizariam equipas de cirurgiões estrangeiros para aí realizar intervenções de emergência, ou programadas para determinados períodos do ano.
Contudo, dentro de 10 meses a Cidade da Praia, a capital do país, também estará servida por um aeroporto internacional, e a capital, implantada numa ilha com metade da população do país, é onde se localizam os melhores meios de prestação de cuidados, quer humanos, quer técnicos.
Recentemente, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, de Portugal, no Hospital Agostinho Neto, da Cidade da Praia, foi inaugurado o primeiro equipamento de Tomografia Axial Computorizada (TAC), um moderno meio de diagnóstico, bem como um bloco operatório, novos laboratórios e enfermarias de especialidades.
No Hospital Agostinho Neto também recentemente foi inaugurado um centro de telemedicina que o ligará internamente ao Hospital Baptista de Sousa, da ilha de S. Vicente, e posteriormente a outras unidades de saúde.
Internacionalmente, esse serviço de telemedicina estará em conexão com os hospitais portugueses Pulido Valente, Santa Marta (ambos de Lisboa), e posteriormente ao da Universidade de Coimbra.
Também por esta via se melhoram os diagnósticos e se evitam certas evacuações de doentes.
Agora, o primeiro-ministro de Cabo Verde parece querer dar "um salto" qualitativo na cooperação na saúde com Portugal, com diversificadas vantagens, a primeira das quais uma melhor assistência médica aos utentes, de forma mais cómoda, e a custos mais reduzidos.
Para isso, José Maria Neves vai sensibilizar o seu homólogo Durão Barroso, que esta semana em Cabo Verde realiza a primeira visita a um país africano de língua portuguesa desde que assumiu as funções de primeiro-ministro de Portugal.

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