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Jovens oriundos dos PALOP não confiam no governo português
- 18-Nov-2009 - 12:09
Como é que caracterizam as actuais migrações dos africanos oriundos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa? Como é que os jovens dos PALOP podem participar no desenvolvimento dos países envolvidos? Quais são as características das redes sociais que se organizam em torno deste indivíduos?
Estas são algumas das questões respondidas no livro agora lançado pela Imprensa de Ciências Sociais “Capital social e jovens originários dos PALOP em Portugal”, da investigadora Marzia Grassi. Para a realização deste projecto, a investigadora do Instituto de Ciência Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL) aplicou um questionário durante o ano de 2006 a 400 jovens de origem cabo-verdiana e angolana na área de Lisboa, principalmente no bairro Cova da Moura.
As questões incidiram, principalmente, nas questões relacionada com a socialização e com o que a autora chama de capital social, ou seja, as condições da integração no mercado de trabalho e na sociedade portuguesa. Como resultado destes questionários a Marzia Grassi conseguiu apurar, por exemplo, que os jovens não confiam no governo português mas confiam na polícia. Mais de metade considera que há pouca ou nenhuma atenção dada aos emigrantes pelo governo português.
Os dados apresentados neste livro apontam, ainda, para laços de solidariedade ténues entre os indivíduos e para a existência de desconfiança nas relações humanas dos jovens em movimento do continente africano para Portugal. A dificuldade de percepção tem a ver com a identidade mas também com o contexto social, neste caso a instabilidade que se vive nos bairros da Grande Lisboa.
As migrações dos africanos oriundos dos PALOP são, actualmente, sobretudo migrações económicas, encorajadas pela falta de recursos no país de origem que no caso cabo-verdiano, reproduziu uma cultura do movimento, característica da história do arquipélago desde a sua formação.
Investigação decorreu entre 2002 e 2007
As ideias contidas neste livro foram desenvolvidas ao longo de vários anos de pesquisa sobre as condições de mobilidade e integração de indivíduos originários dos PALOP e com recurso a observação directa e entrevistas entre 2002 e 2007.
Analisar a socialização e o capital social de jovens originários de Angola e Cabo Verde em Portugal realça o carácter global da modalidade contemporânea no espaço comunitário europeu, numa especificidade local que implica a gestão de identidades complexas, carregadas de significados inscritos na história das relações entre os países de origem e o país de residência.
O capital social dos indivíduos, cujas características se pretendeu captar com o estudo que se apresenta, organiza as redes sociais de acordo com a história, a cultura e as identidades dos grupos considerados, gere as restrições no acesso aos recursos e aos direitos de cidadania e estrutura as relações de dominação entre grupos.
Marzia Grassi é economista, doutorada em Economia do Desenvolvimento, especialista em economia informal e questões identitárias nos PALOP (Angola e Cabo Verde) e em contextos migratórios de acolhimento de diásporas oriundas de África, redes sociais e políticas de integração dos imigrantes em Portugal. Actualmente, coordena o projecto "Capital Social e jovens originários dos PALOP em Portugal" e o projecto "Angola em Movimento", ambos em curso no ICS-UL.
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