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A Delegação Muda da Érretêpê
- 19-Feb-2010 - 16:43
A memória das pessoas pode ser selectiva para alguns acontecimentos. As situações ridículas têm tendência a ficar registadas na mente com maior facilidade do que muitas outras que se caracterizam pela competência, coerência e verdadeiro profissionalismo. Ainda hoje recordo, com ironia, as festividades da inauguração da delegação da RTP na Nova Inglaterra. Eles, os especialistas em marketing e em relações públicas, diziam ter celebrado um acordo com a Universidade de Massachusetts, em Dartmouth, para a fundação da delegação da RTP na América.
Por José Filipe Rodrigues
A televisão portuguesa poderia usar um quartito das instalações da Universidade e a UMass Darmouth teria, como contrapartida, a possibilidade de utilizar recursos e serviços da empresa de radiotelevisão lusa. O rosto e cheerleader deste empreendimento foi o jornalista Pedro Bicudo.
Os gestores, perdão, os digestores dos recursos económicos da Érretêpê encheram aviões com jornalistas, fadistas, cantores pimba e pomba, animadores, comentadores e vários especialistas em comunicação para abrilhantarem a festa.
Do lado de cá convidaram as figuras importantes da terra, que retiraram da naftalina os fatos de lantejoulas e as gravatas de seda, para aparecerem na televisão. Compraram-se tempos de transmissão via satélite, fizeram-se espectáculos de variedades e muitos debates televisivos para elogiar a portugalidade e o empreendedorismo dos pensadores e gestores da cultura televisiva sedeada em Lisboa.
Se os actores principais não tivessem uma pronuncia tão file aos discursos dos políticos da maioria na capital da nação portuguesa, eu poderia pensar que se tratava da redescoberta da “Amérca” pela armada do Colombo. Não. A armada era portuguesa de Portugal.
Todo o mundo ficou a saber da inauguração das instalações da Érretêpê na Nova Inglaterra. Depois das festas, ruidosas, coloridas e patrióticas, os figurantes importados para a farsa regressaram às ocidentais praias lusitanas. O Bicudo continuou a divulgar, em território português, os serviços que iriam contribuir para a vulgarização do bom nome de Portugal e dos portugueses.
A delegação foi ruidosamente inaugurada. Quanto ao início dos serviços de comunicação e informação, nada. Afinal os pensadores, gestores e cheerleaders da Érretêpê, apesar dos elevados custos na promoção local e mundial do evento, inauguraram uma delegação invisível e muda.
A Érretêpê, pelo visto, sabe compensar “aqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando.” Com algum sotaque castelhano, o jornalista que deu rosto à dispendiosa iniciativa foi promovido a correspondente em Washington D.C. Depois de uma curta estada foi repromovido a Big Boss da Érretêpê dos Açores, um território rosa-avermelhado.
Estes gloriosos feitos, as doações de avultadas verbas aos museus locais e o Euro e da Expo modificaram a opinião, sobre o nosso país, de muitos imigrados portugueses nos states, que diziam:
- Agora a Amérca é lá: muito dinheiro da cê-ié-íé, bons ordenados e boa vida sem muito trabalho. Não é como a gente que se mata a trabalhar para ganhar uma dóla.
Hoje, os dirigentes rosa-avermelhados sabem bem que o Mário Crespo, para além de não ter sotaque castelhano, não contribuiu para a fundação da delegação da Érretêpê na Nova Inglaterra.
O Arons de Carvalho fez muito bem em não interceder a favor do jornalista para que este fosse absolvido na Érretêpê e para que ele não regressasse a Washington D.C., porque poderia correr o risco de vir a ser nomeado Big Boss num dos feudos rosa-avermelhados.

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