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Mafalala (Maputo) em festa com a chegada da cultura a um bairro pobre
- 27-Mar-2010 - 22:55
Mafalala, um dos bairros de Maputo, viveu hoje um dia especial, com música, danças, poesia e teatro na rua. Um calor tórrido num dia também de gastronomia e artesanato, a mostrar que as zonas pobres também podem ter cultura.
O Festival da Mafalala teve hoje a segunda edição e os responsáveis prometem mais duas até final do ano, nos mesmos moldes, com o apoio da cooperação espanhola, da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e da população local.
“O objectivo é promover a animação cultural em bairros periféricos e é uma maneira também de sensibilizar a população em relação ao turismo, ao meio ambiente e à cultura”, disse à agência Lusa Erica Judite Manjate, coordenadora do projecto Mafalala Turística, que engloba os festivais da Mafalala, como o de hoje.
O bairro é dos mais antigos da capital moçambicana, histórico porque foi o primeiro bairro de negros pegado à antiga Lourenço Marques, habitada por brancos. Deve o nome a uma dança de origem Macua, chamada M´falala.
Ali viveram grandes nomes da política e da cultura de Moçambique, como o antigo presidente Joaquim Chissano, o poeta José Craveirinha, ou mesmo Eusébio, jogador de futebol.
Foi para preservar essa história que foi criado o projecto Mafalala Turística, que todos os fins de semana, pela manhã, organiza um passeio de duas horas pelo bairro, destinado a mostrar aos turistas os locais de interesse cultural.
“Fizemos essencialmente formação de guias de turismo locais, formação de mulheres para produção de 'souvenirs', fizemos um trabalho de inventariação do bairro e das suas atracções turísticas e a partir daí elaborámos o roteiro turístico”, conta Erica Manjate.
O Festival foi uma consequência natural. A um sábado, ainda que seja um dos dias mais quentes do ano, fecham-se ruas e assiste-se a teatro, dança e música, ouve-se poesia, aprecia-se a gastronomia típica de Moçambique. A população adere, até porque o bairro é pobre e as distracções são poucas, e os turistas também aparecem.
“Só hoje já tivemos uma feira de gastronomia, uma feira de artesanato, dança tradicional, música tradicional, poesia e dança contemporânea”. Erica Manjate é uma mulher satisfeita também com a adesão da população, que tem ajudado e que adere em massa às iniciativas, que mais não seja dançando nas ruas.
E a organização aproveita para sensibilizar também para questões como o ambiente, tendo hoje realizado uma “jornada da limpeza” e montado um sistema de gestão de resíduos sólidos para posterior reciclagem.
Em Janeiro, quando do primeiro Festival da Mafalala, estiveram no local mais de seis mil pessoas. Hoje, ainda não contabilizadas as presenças, a receita foi idêntica: diversificar a oferta turística de Maputo a partir do desenvolvimento de um novo pólo, neste caso de turismo cultural e suburbano, explorando a história e as tradições.
Matéria-prima em Maputo não falta, porque não faltam também os bairros pobres, a sua cultura, história e tradições.

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