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Os três principais revoltosos e as origens da crise
- 24-Jul-2003 - 14:30
A Junta de Salvação Nacional, que tomou o poder durante uma semana em São Tomé e Príncipe, foi idealizada por dois militares e um civil, mas a liderança era detida por um dos militares mais populares do arquipélago.
Segundo a revista de actualidade africana publicada em Paris "Jeune Afrique-Le Intelligent", o major Fernando Pereira, 40 anos, formado na Academia Militar de Lisboa, não tem a reputação de golpista e não participou no único e efémero golpe de Estado de Agosto de 1995.
Na ocasião, um grupo de militares sublevou-se e investiu contra o "Palácio Cor-de-Rosa", sede da Presidência são-tomense, onde retiveram, por alguns dias, o então presidente Miguel Trovoada.
Fernando Pereira é também apreciado, segundo aquela revista, pelos oito Estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sobretudo por já ter dirigido as unidades da força de manutenção de paz da própria comunidade.
A sua notoriedade interna acentuou-se a 24 de Abril de 2002, quando denunciou publicamente as más condições de vida nos quartéis, os seis meses de salários em atraso nas Forças Armadas e o equipamento obsoleto existente no país.
A partir daí, tornou-se na "voz" dos militares são- tomenses e as suas reivindicações, baseadas sobretudo no incumprimento das promessas feitas na sequência da sublevação de 1995, começaram a incomodar cada vez mais o poder.
A 15 de Junho último, perante a falta de resposta das autoridades governamentais, redige um caderno de reivindicações e endossa-o directamente ao chefe de Estado, Fradique de Menezes, e à primeira-ministra, Maria das Neves.
Mais uma vez é confrontado com a falta de resposta e, na noite de 15 para 16 deste mês, passa das palavras à acção, tendo em conta a necessidade de evitar os erros cometidos na sublevação de 1995, quando os militares avançaram para o Palácio Presidencial na presença de Trovoada.
Desta forma, no dia seguinte ao da partida de Fradique de Menezes para a Nigéria em visita particular, dá corpo ao golpe, depois de ter planeado todos os pormenores com os restantes dois ideólogos, Arlécio Costa e Sabino dos Santos, respectivamente presidente e vice-presidente da Frente Democrática Cristã (FDC, partido sem representação parlamentar).
Arlécio Costa tem um percurso mais atribulado. Antigo elemento do célebre "Batalhão Búfalo", unidade de efectivos angolanos, moçambicanos e são-tomenses do exército sul-africano activa durante o regime de segregação racial ("apartheid"), serviu nomeadamente sob as ordens de Jonas Savimbi (UNITA) em Angola.
Por outro lado, foi também um dos envolvidos na tentativa de degolar a SWAPO, do actual presidente namibiano, Sam Nujoma, antes da independência da Namíbia, em 1990, e pertenceu às forças de segurança da "empresa de mercenários" sul-africana "Executive Outcomes".
Sabino dos Santos, porta-voz da Junta de Salvação Nacional, formou-se em Libreville, no Gabão. Em 1990, na sequência da abertura política no país, criou a FDC, partido que jamais conheceu qualquer sucesso eleitoral.
Mas foi a FDC quem tentou promover, nas semanas que antecederam o golpe, uma contestação de rua que, contudo, nunca viria a concretizar-se.
A FDC apelara a uma greve geral para tentar afastar o governo da primeira-ministra, Maria das Neves, e, ao mesmo tempo, derrubar o presidente Fradique de Menezes.
No entanto, depois de uma conversa com os principais partidos políticos, Fradique de Menezes conseguiu convencê-los a evitar esse tipo de manifestações, facto que levou os golpistas a darem o passo em frente.
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