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Exposição de fotografia sobre os Hereros homenageia Ruy Duarte de Carvalho
- 13-Aug-2010 - 16:08
A exposição do fotógrafo brasileiro Sérgio Guerra sobre os Hereros, a inaugurar dia 19 na Galeria Perve, em Lisboa (Portugal), é dedicada ao escritor e antropólogo luso-angolano Ruy Duarte de Carvalho, que faleceu na quinta-feira, disse hoje fonte da organização.
Segundo Carlos Nunes, da Galeria Perve, a homenagem justifica-se “porque Ruy Duarte de Carvalho foi a pessoa que mais trabalhos fez sobre os Hereros”.
Ruy Duarte de Carvalho, de 69 anos, foi encontrado morto na quinta-feira na sua casa, em Swakopmund, na Namíbia, onde residia, depois de se aposentar em 2008.
Nascido em Santarém em 1941, passou parte da infância e adolescência em Moçâmedes, na província angolana do Namibe, mas regressou à terra natal para frequentar o curso de regente agrícola, que concluiu em 1960.
Naturalizado angolano em 1983, Ruy Duarte de Carvalho foi um autor multifacetado, cuja obra se estende das artes plásticas ao cinema, passando pela antropologia e também pela poesia.
A exposição sobre os Hereros em Lisboa, de 19 deste mês a 18 de Setembro, sucede à inaugurada em Luanda, no passado dia 27 de Julho, e que termina no próximo dia 26.
O objectivo é redescobrir os Hereros, povo banto que vive no sul de Angola e que atravessou décadas de conflito mantendo os seus traços culturais.
As duas exposições resultam das mais de 10 mil imagens e mais de uma centena de depoimentos que Sérgio Guerra, de 50 anos, registou em Julho e agosto de 2009 quando viveu com os Hereros.
Distribuídos entre Angola - províncias angolanas do Cunene, Huíla e Namibe -, Namíbia e Botsuana, os Hereros, actualmente cerca de 240 mil, dedicam-se à pastorícia, são polígamos e semi-nómadas.
Na exposição de Luanda foi lançado o livro “Hereros - Angola”, obra de 260 páginas que regista os cerca de dois meses de contactos de equipa do fotógrafo Sérgio Guerra com aquele povo e que integra um CD de 18 faixas com cantos quotidianos, gravados ao vivo no campos, sem qualquer intervenção posterior que pudesse alterar a autenticidade dos registos.
A obra será igualmente lançada na exposição na Galeria Perve.
O fotógrafo vive actualmente entre Luanda, Salvador e Rio de Janeiro, depois de a partir de 1998 ter iniciado vários programas de comunicação para o Governo angolano, fixando com a objectiva da sua máquina um dos mais completos registos fotográficos das 18 províncias angolanas e das suas populações.
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