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Deixem José Teodoro Eduardo Obiang dos Santos em paz
- 13-Oct-2010 - 15:47
Uma agência internacional de direitos humanos afirma que vários personalidades africanas estão a contactar a UNESCO para esta cancelar um prémio com o nome do presidente da Guiné-Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. Que injustiça. E logo numa altura em que o país até está a comprar tudo para integrar a CPLP - Comunidade de Países de Língua Portuguessa...
Por Orlando Castro
Jornalista
Segundo a Associated Press, uma carta assinada por 125 estudiosos africanos e defensores dos direitos humanos denuncia o galardão, intitulado UNESCO - Obiang Nguema Mbasogo Prémio de Investigação em Ciências da Vida, anunciou em comunicado o grupo de direitos humanos EG Justice.
Eu sei que a CPLP, em termos práticos, não passa de mais um elefante branco (provavelmente de vergonha) que só serve, apesar dos princípios, para alimentar ilustres de qualquer coisa nos animados, bem alimentados e regados, areópagos da política mais ou menos lusófona.
A Guiné-Equatorial é, aliás, o exemplo acabado de que a CPLP deve abrir falência e dedicar-se, sobretudo pela experiência que tem em meter água, à pesca.
E, para além da língua (e a tal CPLP define-se como de língua portuguesa), Teodoro Obiang, o presidente da Guiné-Equatorial há 31 anos, é tão democrata e respitador dos direitos humanos como o Imperador Bokassa, Idi Amin Dada, Mobutu Sese Seko ou Adolfo Hitler.
É claro que para os donos da CPLP, Brasil e Angola, como aliás para todos os restantes (ir)responsáveis da organização, a democracia e os direitos humanos têm, talvez por força do Acordo Ortográfico, um significado diferente. Tão diferente que quase sempre aparece a seguir ao... último.
Tão diferente que, em Janeiro de 2006, a Petrobras adquiriu à empresa norte-americana Chevron um bloco para explorar petróleo na Guiné-Equatorial em águas profundas, especialidade da petrolífera brasileira.
Tão diferente que a construtora Andrade Gutierrez também tem actuado no país por intermédio da sua subsidiária em Portugal.
Tão diferente que essa coisa chamada CPLP aceita impávida, serena e de barriga cheia (pouco importa, por exemplo, que dois em cada três cidadãos da Guiné... Bissau morram de fome) que o seu actual líder seja o presidente de Angola, não eleito, e que está no poder, tal como Obiang, há 31 anos e o seu partido, o MPLA, seja dono do país desde a independência, em 1975.
Aliás, a verdade é que ninguém se atreve a perguntar seja a quem for, inclusive a Cavaco Silva ou José Sócrates, por exemplo, se acha que Angola respeita os direitos humanos na sua colónia de Cabinda, ou como é possível a presidência da CPLP ser ocupada por um país cujo presidente, José Eduardo dos Santos, não foi eleito.
A verdade, incómoda para os donos do poder, seja em Portugal, Moçambique, Brasil ou Angola, é que a CPLP está a ser utilizada de forma descarada para fins comerciais e económicos, de modo a que empresas portuguesas, angolanas e brasileiras tenham caminho livre para entrar nos novos membros, caso da Guiné-Equatorial.
Reconheça-se, contudo, que tomando como exemplo Angola, a Guiné-Equatorial preenche, com excepção da língua, todas as regras para entrar de pleno e total direito na CPLP. Não sabe o que é democracia mas, por outro lado, tem fartura de petróleo, o que é condição “sine qua non” para comprar o que bem entender... mesmo o direito de dizer que adopta o português como língua oficial.
Obiang, que a revista norte-americana “Forbes” já apresentou como o oitavo governante mais rico do mundo, e que depositou centenas de milhões de dólares no Riggs Bank, dos EUA, tem sido acusado (tal como como o seu homólogo angolano) de manipular as eleições e de ser altamente corrupto, tal como o que se passa em Angola.
Obiang, que chegou ao poder em 1979, derrubando o tio, Francisco Macias, foi reeleito no ano passado com 95 por cento dos votos oficialmente expressos (também contou, como em Angola, com os votos dos mortos), mantendo-se no poder graças a um forte aparelho repressivo, do qual fazem parte os seus guarda-costas marroquinos.
Os vastos proventos que a Guiné-Equatorial recebe da exploração do petróleo e do gás natural poderiam dar uma vida melhor aos 600 mil habitantes dessa antiga colónia espanhola, mas a verdade é que a maior parte deles vive abaixo da linha de pobreza. Em Angola são 70% os pobres...
13.10.2010
orlando.s.castro@gmail.com

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