Anuncie no Noticias Lusofonas
           As Notícias do Mundo Lusófono
 Notícias de Angola Notícias do Brasil Notícias de Cabo Verde Notícias da Guiné-Bissau Notícias de Moçambique Notícias de Portugal Notícias de São Tomé e Príncipe Notícias de Timor Leste
Ir para a página inicial de Noticias Lusofonas desde 1997 toda a lusofonia aqui
 Pesquisar
 
          em   
 Notícias

 » Angola
 » Brasil

 » Cabo Verde
 » Guiné-Bissau
 » Moçambique
 » Portugal
 » S. Tomé e Príncipe
 » Timor Leste
 » Comunidades
 » CPLP
 
Informação Empresarial
Anuncie no Notícias Lusófonas e divulgue a sua Empresa em toda a Comunidade Lusófona
 Canais


 » Manchete
 » Opinião
 » Entrevistas
 » Cultura
 » Comunicados
 » Coluna do Leitor
 » Bocas Lusófonas
 » Lusófias
 » Alto Hama

 » Ser Europeu

Siga-nos no
Siga o Notícias Lusófonas no Twitter
Receba as nossas Notícias


Quer colocar as Notícias Lusófonas no seu site?
Click Aqui
Add to Google
 Serviços

 » Classificados
 » Meteorologia
 » Postais Virtuais
 » Correio

 » Índice de Negócios
 
Venha tomar um cafezinho connoscoConversas
no
Café Luso
 
  CPLP
Portugal deve apostar
já e em força nos PALOP

- 16-Nov-2002 - 19:27

Enquanto a companhia aérea espanhola Ibéria mostra todo, e mais algum, interesse na privatização da portuguesa TAP, o Governo garantiu no seu programa que iria «regulamentar a liberalização dos transportes regulares internacionais, com vista a permitir o aumento do grau de penetração por companhias aéreas nacionais em novas franjas de mercado». Por sua vez, os empresários portugueses voltam a acenar com o fantasma do perigo espanhol. No meio, os portugueses vão cantando e rindo já com um ar castelhano. E os países lusófonos?

Pela via económica a Espanha está, tanto em Portugal como em muitos outros países da lusofonia, a tomar conta do que pode ou, sobretudo, do que tem saída. Os supermercados estão cheio de bons, e mais baratos, produtos espanhóis, na banca somam-se os casos, e também na comunicação social, na construção civil, nas telecomunicações e, um dia destes, até vamos voar numa TAP castelhana. A globalização tem dessas coisas. Os mais fortes vencem e ou outros (orgulhosamente mais fracos) aplaudem.

COMPLEMENTAR A EUROPA COM ÁFRICA LUSÓFONA

Portugal escolheu a via europeia e, sem que a isso fosse obrigado, esqueceu outra solução que, podendo não ser alternativa, seria com certeza complementar: a Lusofonia. Agora não se pode queixar. É claro que ainda não perdeu o mercado lusófono, sobretudo em África, mas tudo indica que a noção estratégica de Lisboa se limita a procurar uma luz ao fundo do túnel... europeu.

A entrada na cruzada anti-espanhola dos empresários, já ensaiada há algum tempo, parece mais a reacção do mau perdedor do que a de um consciente vencedor. Ou seja, tudo estará bem enquanto o mal só estiver na casa do vizinho. Que fizeram os empresários para contrariar essa invasão? Que saída apontam, sem ser a de querer um lugar cativo debaixo do guarda-chuva do Governo, seja ele qual for?

É claro que nem todos os empresários alinham com Lisboa, havendo alguns que já compraram bilhete para Madrid. Ferraz da Costa, por exemplo, é dos que está sempre do outro lado e diz nada temer. Ainda bem. Falta saber se o diz por ter unhas para tocar guitarra ou se, pelo contrário, faz «play back» de uma qualquer canção de Julio Iglésias.

No contexto europeu, Portugal está condenado a ser derrotado por Espanha. Resta-lhe, para evitar um «KO» no primeiro assalto, não comparecer ao combate... por razões de força maior. É que aos portugueses, esse nobre povo que em tempos (recordam-se?) ajudou a dar novos mundos ao Mundo, interessa mais a qualidade e o preço do que o patriotismo do rótulo. Serão, aliás, muito poucos os que reparam se as cebolas, batatas e similares são «made in Portugal». E mesmo que reparem, fazem contas. E essas são, diga-se sem temor, favoráveis aos nossos vizinhos. É tão simples quanto isso.

E não foi isso que Portugal escolheu? O mercado é livre e o resto são cantigas. Não é possível ser europeu para receber fundos e, agora, querer ser simplesmente português porque chegou a altura de pagar a factura.

NÃO BASTA SONHAR COM A CPLP

A saída (uma delas, pelo menos) poderia estar a nível da CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa. No entanto, a fazer fé no que dizem os ministros portugueses, o Governo pode não saber para onde vai, mas sabe que não vai por aí.

Martins da Cruz, ministro de Durão Barroso, é claro quando afirma que «são áreas de actuação estratégica, no plano político-diplomático, de Portugal a defesa e a afirmação da língua e do substracto cultural português».

Pois. Nem isso está a ser feito, mas mesmo que estivesse, ficaria a séculos de distância do que é necessário.

Portugal embandeira em arco porque Angola vive em paz e porque Timor-Leste já é independente. E o resto? E dar de comer a quem tem fome? E montar fábricas? E ensinar os alunos? E criar hospitais? E construir quase tudo?

«As nossas respostas à globalização confluem igualmente no aproveitamento dos pólos e mecanismos políticos e económicos internacionais de que dispomos: a universalização da CPLP, que agora chega à Ásia-Pacífico, é para todos um novo inter-face de solidariedade internacional e, deste modo, mais um instrumento para enfrentar as tendências globalizantes do mundo de hoje.

Estas avenidas que a CPLP pode agora alavancar reflectem-se no diálogo Norte-Sul, mas também no contexto Sul-Sul», afirma Martins de Cruz.

Que é bonito, é. Que é poético, é. Mas de real tem muito pouco, sobretudo porque de promessas está o mundo (mormente o da CPLP) cheio. É simpático, mesmo em termos figurativos, falar de avenidas quando muitos dos lusófonos sé conhecem picadas.

Diz o ministro que, no âmbito do diálogo entre a União Europeia e os países africanos, «Portugal tem continuado nas instâncias comunitárias a chamar a atenção para a necessidade de ser evitada a marginalização do continente africano».

Enquanto Portugal não compreender que, mais do que opinar nos areópagos internacionais, deve fazer da CPLP e sobretudo dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa um desígnio nacional... não vai a lado nenhum. E quando resolver ir, já lá estarão outros, muitos outros, entre os quais espanhóis.

Enquanto o Governo português fala de «diplomacia económica» e da criação de um Conselho Empresarial da CPLP, os outros vão para o terreno e, dada a situação de carência, só se preocupam com a cor das paredes depois da casa construída.

«O futuro da nossa Comunidade deve ser desenvolvido com base num processo gradual, evoluindo através de pequenos passos, alicerçados em consensos pragmáticos e de acordo com a realidade e os condicionalismos concretos dos Estados membros. Será contraproducente definir metas irrealistas, que não são possíveis de concretizar tendo em conta a limitação dos nossos recursos», afirma Martins da Cruz.

Pois é. Portugal defende que se ausculte o doente, se façam todos os exames, se confrontem opiniões, se discuta se o doente deve ser medicado com genéricos ou medicamentos de marca. É assim a visão evoluída de um país que integra a União Europeia.

Só é pena que, mais uma vez, Portugal seja o protagonista do filme errado. O que os PALOP precisam é de uma coisa mais simples: comida. E, depois disso, precisam de aprender a pescar. É isso que os outros já entenderam e é isso que Portugal continua a não perceber.

Quando perceber dirá, sem complexos: Para África já e em força. Esperemos, contudo, que não seja tarde. Essa frase há muito que foi dita por países que nada sabem da Lusofonia.

JORGE CASTRO

Marque este Artigo nos Marcadores Sociais Lusófonos




Ver Arquivo


 
   
 


 Ligações

 Jornais Comunidades
 
         
  Copyright © 2009 Notícias Lusófonas - A Lusofonia aqui em primeira mão | Sobre Nós | Anunciar | Contacte-nos

 edição Portugal em Linha - o portal da Comunidade Lusófona Criação de Sites e SEO Algarve por NOVAimagem