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Saramago diz que Portugal não tem ideias de futuro como tem o Brasil
- 14-Oct-2003 - 22:28
O escritor português José Saramago disse hoje em São Paulo que as relações entre o Brasil e Portugal não deverão evoluir além do que se verifica actualmente, já que Portugal não tem ideias de futuro.
"O Brasil tem o seu próprio projecto, tem ideias de futuro. Nós (Portugal) não temos ideias de futuro, não sabemos onde estaremos em 20 anos", afirmou hoje o prémio Nobel de Literatura de 1998 no decorrer de um programa de televisão em São Paulo.
"A relação vai ser sempre esta. Nunca passará disto.
(...) O papel que Portugal pode ter é o de avôzinho que está do outro lado do mar", afirmou José Saramago, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo.
José Saramago disse também que "não se vêem resultados práticos" da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se transformou "num aparelho burocrático".
José Saramago, que veio ao Brasil participar num congresso internacional sobre Educação, voltou a criticar o processo de globalização e a democracia moderna.
"O sistema permite que as pessoas protestem. O poder político transformou-se num serventuário do poder económico e é essa a situação em que estamos. Acho que não é uma democracia", referiu.
"Há incompatibilização entre direitos humanos e globalização. A globalização não suporta os direitos humanos", afirmou José Saramago.
O escritor português propôs um grande debate mundial sobre o que se convencionou chamar de "democracia moderna representativa".
"Toda essa parafernália, todo esse discurso, a palavra democracia é escrita todos os dias como se fosse um facto, e não é um facto", disse Saramago.
Numa conferência de imprensa, o escritor português voltou a fazer declarações polémicas sobre os governos de Ariel Sharon e de Fidel Castro.
"Disse que o espírito de Auschwitz estava presente em Ramallah e afirmo que ainda está. Estão a construir ali um muro que nos faz recordar os guetos", disse.
"Os judeus saíram, felizmente, do gueto e estão a repetir os mesmos crimes que sofreram os seus antepassados", afirmou José Saramago.
Ao criticar o modelo político de Fidel Castro, o escritor português minimizou a ascensão de partidos políticos de esquerda e chamou a atenção para o que se passa na Venezuela.
"Poucas vezes se viu de forma tão esquemática uma luta de classes como temos por lá", referiu José Saramago.

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