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Flores evocam segundo aniversário da morte de Carlos Cardoso
- 22-Nov-2002 - 19:09
O segundo aniversário da morte do jornalista Carlos Cardoso foi hoje assinalado em Maputo, na altura em que decorre o julgamento dos seus alegados assassinos, com uma sessão solene no Sindicato dos Jornalistas e a deposição de flores no local onde perdeu a vida.
Carlos Cardoso, jornalista moçambicano que se destacou pela investigação em áreas económicas e políticas, foi assassinado a tiro dentro do seu automóvel, cerca das 18h30 de 22 de Novembro de 2000, a poucos metros do seu jornal «O Metical», de onde acabara de sair.
Uma centena de pessoas, entre as quais a sua mulher, Nina Berg, os dois filhos, o escritor Mia Couto, representantes do Conselho Municipal e dezenas de amigos, guardaram àquela hora um minuto de silêncio em sua homenagem, no local onde foi baleado.
«Queremos verdade. Queremos Justiça», lia-se numa grande tarja de pano vermelho que serviu de fundo à cerimónia que decorreu na avenida Mártires da Machava.
Nas várias intervenções proferidas recordou-se a personalidade de Carlos Cardoso, a sua honestidade, o país que gostava que fosse construído e o seu protesto contra a corrupção.
«Carlos Cardoso continua uma presença viva. Todos continuamos a querer saber a quem serve o seu silêncio», ouviu-se numa das intervenções, numa alusão à busca dos responsáveis pelo seu assassínio, no julgamento que está a decorrer sobre o seu homicídio.
Na cerimónia que decorreu no Sindicato dos Jornalistas foi lançado um concurso designado «Prémio Carlos Cardoso», patrocinado pela União Europeia, para o melhor artigo ou conjunto de obras jornalísticas versando a democracia e os seus valores, nos últimos dois anos em Moçambique.
O representante da UE em Maputo, Pinto Teixeira afirmou que «o vencedor do concurso será premiado com um montante modesto, mas cheio de simbolismo».
Pinto Teixeira, após realçar que a liberdade de imprensa é um dos objectivos da União Europeia para a democratização e defesa dos direitos humanos, acentuou que Carlos Cardoso ficará na história de Moçambique «como um dos maiores construtores de uma imprensa livre, pluralista e responsável».
Para o Secretário Geral do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), Hilário Matusse, o concurso agora lançado «serve para evocar o nome e o legado de Carlos Cardoso».
«Desta forma resgatamos a sua experiência no jornalismo de investigação», frisou.
Na mesma cerimónia foi inaugurada uma exposição de escultura de vários artistas moçambicanos e mais tarde uma colecção de pinturas do jornalista, compiladas em livro.
Por seu turno, o conselho Municipal de Maputo inaugurou uma rua com o nome do jornalista, num dos bairros pobres da capital (Polana Caniço) onde passava algum do seu tempo.
O segundo aniversário da morte de Carlos Cardoso ocorre na semana em que no julgamento do seu homicídio foi citado por dois arguidos o nome de Nyimpine Chissano (filho mais velho do presidente, Joaquim Chissano) como o mandante do crime.
O porta-voz do chefe de estado moçambicano, António Matonse, disse hoje à agência Lusa que Joaquim Chissano não comenta o julgamento para não influenciar o seu trabalho, mas que está interessado «em que seja feita Justiça».
Idêntica posição foi tomada pelo chefe do governo, Pascoal Mocumbi, que afirmou que gostaria que o julgamento fosse célere e que os culpados fossem condenados, incluindo os mandantes, «doa a quem doer».
O presidente do maior partido da oposição moçambicana, a Renamo, Afonso Dhlakama, sem entrar em pormenores sobre o julgamento, declarou também esperar que «seja feita Justiça».
Entretanto, em entrevista hoje divulgada pelo jornal «Notícias», a mãe do principal arguido no processo, Aníbal dos Santos Júnior, que fugiu da cadeia no passado mês de Setembro, declarou que o seu filho se encontra em Londres.
Terezinha Mendonça afirmou que o seu filho participou no crime a mando do ex-gerente do Banco Comercial de Moçambique (BCM), Vicente Ramaya, e dos irmãos Satar (arguidos no processo), desculpabilizando desta forma Nyimpine Chissano.
(Ver também a nossa manchete).

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