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Vive e deixa viver...
- 1-Dec-2003 - 16:28
Um em cada sete portugueses acredita que apertar a mão a um doente de Sida pode constituir uma forma de contágio da doença
Cinco milhões de pessoas foram infectadas em 2003 pelo VIH em todo o mundo, mas apenas cinco por cento têm acesso a tratamento - são estes números que deverão alertar a Humanidade hoje, Dia Mundial da Luta Contra a Sida. "Vive e deixa viver" é o lema escolhido para esta jornada mundial, que pretende também alertar para o estigma e a discriminação, grandes obstáculos na luta contra uma epidemia que não dá sinais de regredir e matou três milhões de pessoas em 2003.
Para dar combate a esta realidade, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o programa das Nações Unidas para a Sida (ONUSIDA) anunciaram hoje um plano para administrar tratamento antiretroviral até ao fim de 2005 a três milhões de pessoas com SIDA nos países em vias de desenvolvimento e nos países em transição.
Mas o plano agora anunciado, que apenas abrange uma pequena parte das pessoas que precisam de tratamento, necessita de "fundos suplementares consideráveis de todas as fontes possíveis - países, governos doadores e organismos multilaterais de financiamento", estimados em 5,5 mil milhões de euros para os próximos dois anos, segundo a OMS.
Na União Europeia, Portugal continua a ser o país com o número mais elevado de casos da doença: 21.977 casos notificados desde 1983, dos quais 6.392 correspondem a pessoas entretanto falecidas, segundo os últimos dados da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida (CNLCS).
Os toxicodependentes portugueses deixaram de ser os principais afectados pela doença, cujos novos casos se registam agora sobretudo entre heterossexuais, que representaram mais de metade das infecções no primeiro semestre de 2003, revelam dados recentes da Associação Portuguesa para o Estudo da Sida.
No mundo, cerca de 14 mil pessoas contraem diariamente o vírus e a África subsahariana é a região mais duramente afectada pela doença, com cerca de 26,6 milhões de pessoas infectados em 2003, dos quais 3,2 milhões contraíram o vírus durante o ano transacto.
As dificuldades no acesso ao tratamento é hoje um dos principais problemas associados à Sida, tendo a ONUSIDA - organismo das Nações Unidas para o combate à doença - alertado que apenas cinco por cento dos cinco milhões de novos infectados têm acesso aos medicamentos.
Também o investimento no combate à infecção pelo VIH se tem revelado insuficiente, sendo os 3,9 mil milhões de euros gastos em 2003 "cerca de metade do necessário", denunciou o representante da ONUSIDA Anindya Chatterjee.
A CNLCS assinala o Dia Mundial da Luta Contra a Sida com várias iniciativas, que se prolongam até terça-feira, entre as quais se destacam a assinatura de um protocolo com o Instituto Português da Juventude, para a criação de uma linha telefónica de atendimento no norte do país, e a abertura do Centro de Aconselhamento ao Doente de Beja.
Entretanto, um em cada sete portugueses acredita que apertar a mão a um doente de Sida ou a um seropositivo, bem como tocar nos objectos em que estes tocaram, pode constituir uma forma de contágio da doença, revela uma sondagem europeia.
O eurobarómetro especial, publicado pela Comissão Europeia por ocasião do Dia Mundial de Luta Contra a Sida, que hoje se assinala, denuncia o desconhecimento que ainda existe, em alguns países, em relação à doença, embora revele a mudança de comportamentos desde que esta é conhecida e foi divulgada.
Mais de 14 por cento dos portugueses inquiridos, juntamente com os austríacos, consideram que um aperto de mão a um doente de Sida ou a um seropositivo pode significar o contágio da doença, uma percentagem que sobe para os 19 por cento quando a questão se refere ao tocar nos mesmos objectos.
Oito por cento dos portugueses acham mesmo que tocar num objecto anteriormente tocado por um doente de Sida ou um seropositivo é uma das formas de apanhar a doença.
Também um em cada cinco dos questionados em Portugal considera que comer uma refeição preparada por um doente pode constituir uma forma de contágio e dez por cento têm-na como certa (contra três por cento a nível europeu), enquanto 61 por cento recusam essa possibilidade.
No mesmo sentido, Portugal é o país de onde vêm mais respostas positivas quando a possibilidade de contágio é beber do mesmo copo de um doente ou portador do vírus.
A nível europeu, 23 por cento dos inquiridos consideram que se pode apanhar a doença cuidando de alguém que a tenha, algo de que 51 por cento dos portugueses discordam.
Também um em cada quatro europeus considera que sentar-se na sanita depois de esta ter sido utilizada por um doente pode constituir uma forma de contágio, sendo que apenas 35 por cento dos portugueses consideram que não.
No entanto, salientam os investigadores, a maioria (mais de 90 por cento) responde que as formas mais frequentes de apanhar a doença é através do sangue, da partilha de seringas ou das relações sexuais sem protecção.
O barómetro analisou ainda o comportamento dos europeus face à doença, verificando que a emergência e a difusão da Sida levaram 51 por cento dos cidadãos da União Europeia (UE) a tomar precauções nas relações sexuais - o que também aconteceu a mais de metade dos portugueses inquiridos -, ou a encontrar mais estabilidade nas relações.
Os portugueses são ainda os cidadãos da UE que têm mais cuidado naquilo em que tocam (32 por cento dos inquiridos responderam neste sentido) e passaram a evitar determinados lugares.
No que respeita à eficiência das medidas tomadas em cada um dos países dos Quinze, mais de 71 por cento dos inquiridos referem o tratamento dos doentes, seguido das campanhas de informação sobre as formas de contágio.
Os portugueses destoam, com 40 por cento a considerarem a primeira e a segunda medidas pouco ou nada eficazes no seu país, criticando ainda a forma como os seropositivos são tratados de forma a retardar a doença.
Quanto ao futuro, os grandes esforços, de acordo com 90 por cento dos participantes, devem concentrar-se no investimento financeiro na pesquisa sobre a doença, seguido da aposta no tratamento de doentes e em campanhas de informação.
Os investigadores notam que as respostas dadas dependem da idade do inquirido, podendo dizer-se que, quanto mais velho e menos instrução tem, mais tendência existe para responder "não sei" à pergunta.
O inquérito foi realizado pela Comissão Europeia no último trimestre do ano passado - e só agora divulgado -, tendo sido feitas 16.230 entrevistas, das quais 1002 a cidadãos portugueses com 15 anos ou mais.

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