Pesquisar |
|
Notícias |
»
»
»
»
»
»
»
»
»
»
|
 |
Canais |
»
»
»
»
»
»
»
»
»
»
|
 |
Siga-nos no
Receba as nossas Notícias

Quer colocar as Notícias Lusófonas no seu site?
Click Aqui |
|
Serviços |
»
»
»
»
»
|
|
|
Conversas
no
Café Luso |
|
|
|
CPLP
|
|
Nova Esperança?
- 26-Nov-2002 - 13:47
Quase um ano após a morte do «pai de todas as desgraças» de Angola, começa-se (finalmente) a falar do estabelecimento dos mecanismos para acompanhar e vigiar as tarefas de consolidação da paz e reconstrução do país.
Lentamente. Se calhar, demasiado lentamente para os 82,5% da população que vive num nível de probreza absoluta... Se calhar, demasiado lentamente para os mais de 50% que não tem acesso sequer a água potável...
Para os responsáveis políticos é sempre tempo para um eloquente discurso de solidariedade. No recesso de um palácio recheado de tudo. Longe da miséria. Longe das valas onde as mães enterraram os filhos mortos de fome. Num país que produz diariamente uma média de 800.000 barris de crude...
O representante especial da ONU, Ibrahim Gambari, salientou que «o ambiente de discórdia, que gerou a guerra de várias décadas, foi agora substituído pelo espírito de amizade e de fraternidade, como um povo com identidade comum na prossecução da paz».
O ministro do Interior de Angola e futuro primeiro-ministro, Fernando Dias dos Santos «Nandó», considera que a dissolução da Comissão Conjunta tem «um profundo significado para os angolanos, porque marca a viragem de uma página da história do país».
O embaixador de Portugal em Angola, Francisco Xavier Esteves, declarou que «a conclusão do protocolo de Lusaca e a dissolução da Comissão Conjunta marcam o fim de um ciclo que abre uma nova era na história de Angola, de paz e de esperança, que será também um tempo de grandes e enormes desafios».
Bonitos discursos, belas intenções que os angolanos gostariam, sem dúvida, de ver concretizados na prática. Já agora um bocadinho mais depressa antes a esperança de vida deste povo seja ainda inferior aos 42 anos de idade...
E Portugal? Portugal diz que «as Nações Unidas devem liderar a acção para dar resposta à dramática situação humanitária». As Nações Unidas? Se forem tão céleres como na resolução do levantamento das sanções à Unita, continuam mal os angolanos.
E porquê as Nações Unidas? Portugal tem uma enorme responsabilidade histórica de que não pode alhear-se.
Não seria esta uma oportunidade para Portugal liderar um processo que envolvesse todos os países da CPLP num grande movimento de ajuda a um país irmão? Um grande movimento que poderia envolver muita gente da sociedade civil, técnicos de várias valências, médicos, professores, etc. que fizesse, em conjunto com os angolanos, na prática, mais do que os discursos políticos ou as conferências de doadores. E já agora alguns economistas que possam explicar que 3 mil milhões de dólares de receitas de petróleo dão para tirar a fome a muita gente...
Seria até terapêutico porque permitiria o exorcismo de algumas más consciências...
Talvez assim se conseguisse transformar mais uma esperança na Sagrada Esperança.
António J. Ribeiro

Ver Arquivo
|
|
 |
|
|
|
|
|
|
|
|