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Governo italiano pretende reforçar relações de cooperação
- 4-Jan-2004 - 18:43
O Governo italiano pretende relançar a cooperação económica e cultural com Angola, assim como soube mantê-la marcante ao longo do ano 2003, disse hoje, em Luanda, o embaixador desse país, Alfredo Bastianelli.
Num breve balanço das actividades desenvolvidas em 2003, o diplomata disse que o objectivo do empenho da embaixada italiana nos últimos 12 meses foi de confirmar a vontade de estar ao lado deste país na hora da sua reconstrução.
No âmbito da cooperação e desenvolvimento, em 2003 foi lançado um programa de emergência avaliado em 9,3 milhões de euros para sete províncias muito afectadas pela guerra.
O projecto contemplou 140 intervenções que vão desde a reabilitação de escolas, postos de saúde, campos agrícolas, até ao fornecimento de kits de formação diversa.
Segundo indicou, os primeiros resultados destas acções serão visíveis a partir do primeiro trimestre de 2004.
No sector humanitário, informou que foram distribuídos alimentos no valor de quatro milhões de dólares, enquanto na desminagem a Itália forneceu ajuda em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD), num total de dois milhões de usd.
Destacou ainda que no segundo semestre do ano prestes a terminar, a Itália assumiu a presidência rotativa da União Européia (UE), onde desempenhou várias iniciativas a favor de Angola.
Uma delas registou-se no Conselho da UE, no mês de Outubro, onde foram identificados documentos contendo as linhas estratégicas das relações com Angola. Esses documentos, propostos pelo Governo italiano, foram bem recebidos pelas autoridades angolanas, informou Bastianelli.
Outra actividade de destaque ocorreu no mês de Dezembro, quando a Itália procedeu a abertura de um diálogo político estrutural entre o Governo angolano e a União Européia, no contexto do artigo oitavo do acordo de Cotonou, que traça o quadro jurídico e institucional do relacionamento dos países de África, Caraíbas, Pacífico e da UE.
Para 2004, o maior desejo do embaixador italiano é incrementar uma das partes fracas das relações com Angola, que é o comércio, porque, segundo explicou, a nível político e cultural a cooperação está no bom caminho.
Segundo Bastianelli, os empresários italianos foram, até agora, um pouco tímidos demais, apesar de Angola possuir ainda imensas áreas onde o investimento estrangeiro é escasso.
Explicou que nos últimos dias manteve um encontro com um vice-ministro angolano das finanças, cujo nome não revelou, e abordou a questão da dívida de Angola para com a Itália, avaliada em 220 milhões de dólares.
Destacou que esta falta de pagamento cria algumas dificuldades no âmbito das relações comerciais, sobretudo no sector privado.
Instado a se pronunciar sobre a possibilidade da Itália perdoar a dívida angolana, o diplomata disse que o Governo do seu país está disposto a isso, explicando que "tudo depende de acertos com o Clube de Paris e o Fundo Monetário Internacional".
No âmbito cultural, em 2003 a embaixada da Itália em Angola realizou uma exposição do pintor Negrita, que foi testemunhada pelo Presidente José Eduardo dos Santos.
Na mesma ocasião foi lançada a versão em português de um livro sobre Angola editado em Roma no ano 1591.
Outro evento cultural foi a semana da língua italiana promovida na jornada da gastronomia e de filmes desse país europeu.
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