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País vai ter um museu nacional além de museus locais nas nove ilhas
- 4-Feb-2004 - 16:17
O embrião do futuro museu nacional de Cabo Verde vai ser inaugurado este ano na Cidade da Praia, enquadrado num projecto mais vasto que visa a criação de um espaço museológico em cada uma das nove ilhas do arquipélago.
O futuro museu nacional terá o seu embrião no Centro de Restauro e Museologia e, no futuro, deverá ocupar parte das instalações do actual quartel Jaime Mota, um edifício militar de construção colonial sobranceiro à baía de Santa Maria.
O núcleo museológico deverá ser aberto ao público até ao final do primeiro trimestre do corrente ano e o seu espólio inicial será constituído pela parte mais significativa dos achados de navios afundados, que foram recolhidos e tratados ao longo de anos.
Carlos Carvalho, presidente do Instituto de Investigação Cultural e do Património (IIPC), explicou à Agência Lusa que também o espólio principal do futuro museu nacional serão os achados subaquáticos, mas este terá outras valências representativas da história e cultura cabo-verdiana.
Canhões, aparelhos de marear, jóias, moedas, utensílios de uso doméstico e pessoal fazem parte dos "tesouros" recolhidos desses barcos naufragados que ao longo dos séculos sulcaram os mares de Cabo Verde, entre a Europa e América.
O Centro de Museologia e Restauro acolherá também, em breve, o espólio do museu etnográfico da Cidade da Praia, enquanto estiver a ser reabilitado o edifício onde habitualmente estão expostas. Estes peças constituirão também um núcleo do futuro museu nacional.
Mas, o Ministério da Cultura e Desportos de Cabo Verde tem um projecto mais vasto, que é o de criar nas nove ilhas habitadas pelo menos um museu que expresse a vivência histórica e cultural de cada uma.
Na ilha de Santiago, onde se localiza a Cidade da Praia, já existem mais dois núcleos museológicos, que serão, já este ano, reformulados e ampliados.
Na cidade da Assomada, concelho de Santa Catarina será ampliado e, no futuro, reinstalado num espaço adequado, o Museu da Tabanka, que perpetua as seculares organizações de socorros mútuos que proliferaram pelos aglomerados populacionais e hoje continuam a ter expressão em rituais associados aos santos populares, onde se interceptam elementos de origem europeia e africana.
Na vila do Tarrafal, o antigo campo de concentração, que acolheu opositores ao regime fascista, de Portugal e ex-colónias, será concretizado o projecto do Museu da Resistência.
Com o apoio do Ministério da Cultura de Portugal, será ampliado o espólio documental e será lançado um projecto de recolha de testemunhos orais de antigos detidos ainda vivos. E os pavilhões que albergaram os presos políticos de cada país serão dedicados à memória dos que por lá passaram, ou pereceram.
Na cidade do Mindelo, ilha de S. Vicente, a réplica da Torre de Belém - actualmente em trabalhos de reabilitação da responsabilidade da cooperação portuguesa - dará lugar ao futuro museu do Porto Grande, a evidenciar a importância que esse entreposto teve nas rotas transatlânticas e para a economia nacional.
Ainda na cidade do Mindelo, no final do corrente ano, poderá ressurgir o Centro Nacional de Artesanato, com um núcleo museológico e uma vertente de formação. Este organismo foi criado em finais dos anos 70 por iniciativa dos artistas plásticos Manuel Figueira, Luísa Queirós e Bela Duarte, e extinto nos anos 90, por decisão do governo de então.
Para a cidade de S. Filipe está em curso a reabilitação de um edifício para aí instalar um museu que expresse a vivência peculiar dessa ilha, onde a sociedade colonial assumiu uma grande pujança, visível nos belos "sobrados" aí existentes e onde se desenvolveu uma verdadeira estruturação social escravocrata.
Na ilha do Sal, a principal "porta de entrada" no país, através do seu aeroporto internacional, decorrem estudos com a Câmara Municipal e a ASA (empresa de operações aeroportuárias) para criar um museu da aviação, uma actividade que aí começou a ser desenvolvida a partir dos anos 30 do século passado.
O grande poeta Eugénio Tavares (1867-1930), também autor de algumas das mais belas mornas (canção nacional), terá a casa que habitou na ilha Brava convertida em museu.
A ilha da Boavista, actualmente muito procurada para investimentos turísticos, devido à beleza das suas praias desérticas, acolherá no futuro um museu do mar.
Para as ilhas de Santo Antão, Maio e S. Nicolau serão igualmente desenvolvidos estudos, entre o Ministério da Cultura e as câmaras municipais, para criar museus que possam evidenciar a sua dimensão histórica e social.
Santo Antão é reconhecido pela produção de grogue, aguardente de cana, e em tempos chegou a perspectivar-se aí a criação de um museu para esta actividade.
Em S. Nicolau, que foi sede do bispado, no seu seminário criado em 1866 formaram-se durante quase um século as elites cabo- verdianas, enquanto a ilha do Maio viu a sua importância económica expandida com o comércio do sal para a América do Norte e Brasil, no século XIX.
A criação dos museus, bem como a recuperação do património edificado existente, com relevo para o militar e religioso, enquadra-se numa estratégia de desenvolvimento escolhida para o país, de aposta no turismo com uma forte vertente cultural.

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