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  Entrevista
Mutilação genital feminina mata dezenas de jovens por ano
- 6-Feb-2004 - 19:08

Todos os anos, centenas de raparigas da Guiné-Bissau chegam em condições deploráveis aos vários centros de saúde guineenses e muitas acabam por morrer, "vítimas" de práticas tradicionais como a excisão feminina, segundo fontes da UNICEF.


Por José Sousa Dias
da Agência Lusa

"Chegam aos hospitais em condições horríveis e dezenas delas acabam por morrer, pois as infecções já atingiram um ponto tal que se torna difícil salvá-las da morte", afirmou Sónia Apolónio, responsável do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Numa entrevista à Lusa, por ocasião da celebração do Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, Sónia Apolónio referiu, indignada, que a mesma faca chega a mutilar mais de 200 raparigas num só Fanado, prática comum a muitas etnias do país.

Apesar de já existir uma proposta de lei que penaliza a prática, o facto é que ninguém a aprovou no Parlamento, ou porque se está na altura de eleições ou porque têm resistências muito fortes da parte dos muçulmanos, maioritários no país, acrescentou.

Não há números consensuais em relação ao total das vítimas desta prática, pois os rituais são feitos à margem da lei oficial e passa, imediatamente, para a esfera tradicional pelo que, a partir daí, "tudo se torna mais complexo", explicou.

Esta responsável do UNICEF criticou a falta de vontade política na aplicação da lei e lembrou que, desde meados da década de 90, que existe na Guiné-Bissau um Comité de Luta Contra as Práticas Nefastas, mas que é asfixiado constantemente pela falta de financiamento.

"Já tentámos fazer muita coisa mas não é fácil. Conseguimos, nalgumas regiões do país, realizar as cerimónias do Fanado, para manter a tradição cultural, mas sem a prática da excisão. Sofremos muito com isso e quase que tudo voltou à estaca zero", sublinhou.

"Há sempre demasiada polémica", sustentou, mesmo quando se sensibiliza as populações para os perigos de transmissão da sida, na sequência das hemorragias provocadas pela excisão do clítoris.

Para Sónia Apolónio, as sucessivas campanhas de sensibilização não têm sido suficientes para alterar a mentalidade das populações, uma vez que o culto está bastante enraizado na cultura local, sobretudo entre as etnias islamizadas, como a Fula, Mandinga, Beafada e Nalu, entre outras.

Sónia Apolónio realçou que, para se realizar qualquer cerimónia, é necessária uma autorização das autoridades, através do Ministério da Administração Interna, que raramente as recusa.

"As resistências são muito fortes", insistiu, destacando que, em 2003, a UNICEF recebeu, pela primeira vez, uma queixa de um pai, que ficou horrorizado com a mutilação feita à sua filha.

"Mas nada foi feito. Tentamos dar assistência técnica e jurídica e encaminhar as pessoas, mas torna-se muito difícil lutar contra a tradição, sobretudo porque são cristãos que estão a fazer esse trabalho de sensibilização", sustentou.

Uma das instituições que mais tem contribuído para combater o "abuso corporal" à mulher guineense é a organização não governamental Sinin Mira Nassiquê ("Olhar o Futuro", no dialecto Mandinga), que nada mais pode fazer do que campanhas de sensibilização.

Apesar de tudo, foi esta ONG, disse à Lusa a sua presidente, Augusta Baldé, que iniciou há quatro anos o projecto de "Fanado Alternativo", em que se abdica da excisão, mantendo a tradição.

As "fanatecas", as que fazem a "operação", têm razões para se preocuparem, pois é o seu salário que está em causa e, por isso, recusam aceitar o método alternativo, sublinhou Augusta Baldé.

O ritual faz-se dentro de uma "Baraca Malgóss" ("Barraca Amarga", em crioulo"), uma casota de esteiras com altura suficiente para manter longe os olhares profanos, ao som dos "Djidiu" (tocadores de tambor), que protegem as "fanadozinhas" dos maus-olhados.

Segundo a UNICEF, a Guiné-Bissau é um dos 28 países africanos onde ainda se assiste diariamente à mutilação genital feminina, "um acto de violência física e mental das crianças", que pode constituir um veículo de transmissão de doenças infecciosas, causar infertilidade danos aos órgãos genitais, hemorragias e até a morte.

A UNICEF estima que entre 100 e 130 milhões de mulheres foram excisadas em África. Anualmente, cerca de dois milhões de raparigas correm o risco de sofrer com esta violência.


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