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Exemplo dos jornalistas liberianos no Dia Mundial Liberdade Imprensa
- 3-May-2004 - 20:00
Na Libéria, país que viveu largos períodos de guerra nas últimas décadas, os jornalistas ganham 15 euros por mês, mas assumem a sua independência face ao poder político e económico "em nome do sofrimento passado".
Malcolm Joseph dirigente da União dos Jornalistas da Libéria (UJL) e da África Ocidental (UJAO), deixou, hoje, em Cabo Verde, onde esta sub-região africana comemora o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, um exemplo em como é possível manter a "coerência e a independência" em nome daquilo que esperam que seja a sociedade liberiana no futuro.
De acordo com o jornalista, o "combustível" para o empenho e a convicção com que "todos os dias partem para o trabalho" é o "imenso sofrimento com que viram o povo - e eles próprios - confrontar-se" durante largos anos de guerra fratricida.
Depois de uma difícil reunificação dos jornalistas ao serviço do governo e dos rebeldes, após uma guerra que fez 200 mil mortos e meio milhão de deslocados, Malcolm Joseph garantiu que os jornalistas liberianos são "um exemplo para o mundo" na "aceitação do sofrimento e de recusa da corrupção" por puro altruísmo.
O ex-presidente da Libéria, Charles Taylor, hoje refugiado na vizinha Nigéria, conta Malcolm Joseph, tinha os seus próprios órgãos de comunicação social, televisão, rádio e jornais, que controlava totalmente, passando-se o mesmo com os rebeldes, nomeadamente do LURD (Liberianos Unidos para a Reconciliação e Democracia).
Foi depois deste cenário de evidente separação e profunda divisão que a União dos Jornalistas da Libéria efectuou um intenso trabalho de reunificação.
Com o exílio de Taylor na Nigéria, em 2003, Malcolm Joseph afirmou hoje que os profissionais liberianos são os "mais unidos de todo o continente", tendo claro como objectivo "não ceder em nome do sofrimento passado e do que se exige ser a futura sociedade liberiana".
E assumem ainda outro objectivo com igual convicção: "Nenhum crime cometido contra a humanidade durante os conflitos liberianos ficará impune, bem como todas as atrocidades", garantiu Joseph.
Tudo isto, frisou o jornalista, perante um cenário de "evidente incapacidade" para sustentar as famílias e a eles próprios com menos de 20 dólares norte-americanos por mês.
O testemunho de Malcolm Joseph e de outros jornalistas, nomeadamente da Guiné-Bissau, Costa do Marfim e Serra Leoa foram apresentados no seminário organizado pela Associação de Jornalistas de Cabo Verde e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), comemorativo do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, sob o lema "A Liberdade de Imprensa em Cenários de Conflito".

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