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Oito pátrias procuram um português comum
- 12-Dec-2002 - 9:28
As bases de actuação do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), principal pilar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), vão ser definidas num seminário que começa hoje no Rio de Janeiro. Não está mal. E não está porque o IILP só foi criado, afinal, em 17 de Julho de... 1998. Mais tempo tem a CPLP e ó que se (não) vê. Representantes dos oito países que ainda falam português vão debater o tema «Várias pátrias, uma língua». O secretário-executivo da CPLP, João Augusto de Médicis entende que para defender o português é necessário apostar forte na Internet mas, baixinho, sempre deve ir dizendo: olhai para o que eu digo e não para o que nós fazemos. É que dizer que o site da CPLP (como muitos outros apoiados pelos diferentes Estados) é um desastre, não passará de um rasgado elogio.
Em teoria, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa é uma organização criada pelos Estados membros da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa e que tem (e que deveria ter) por objectivos fundamentais a promoção, a defesa, o enriquecimento e difusão da língua portuguesa como veículo de cultura, educação, informação e acesso ao conhecimento científico e tecnológico.
PROMETER O POSSÍVEL AQUI NA TERRA, NA NOSSA LUSÓFONA TERRA
Na prática, que é o que mais interessa, o IILP continua a ser algo que, por ser etéreo, «navega» a uma altitude que nada diz aos mais interessados, se é que estes são os mais de 220 milhões de lusófonos. A francofonia é bem mais pragmática. Ou seja, não promete (como a Lusofonia) o bom no céu. Promete o possível, na terra.
É claro que, formalmente e em bom português, o IILP tem tudo o que precisa, embora pareça não ter nada daquilo que os lusófonos necessitam. Tem um presidente e Assembleia Geral, um director Executivo e um Secretariado assegurado pela Comissão Nacional do País que exerce a presidência. Só lhe falta ter quem trabalhe.
Ao presidente (designado, rotativamente, na Conferência dos Chefes de Estado e do Governo da CPLP para um mandato de dois anos) compete, entre outras mui nobres e sempre vitais tarefas, representar o IILP junto dos governos e organizações internacionais.
E porque é, pensamos, em português que nos entendemos, importa dizer que o IILP é um organismo que desde a sua fundação não cometeu erros e que, por isso, merece todo o apoio para que assim continue.
(O facto de não ter errado porque nada fez, não é para aqui chamado)
O artigo 8º dos Estatutos é dos mais relevantes: «Os fundos do IILP são integrados por contribuições, doações e outros valores ou bens de procedência governamental, de organizações internacionais ou de entidades privadas, bem como por receitas próprias.»
Ou seja, na maioria dos casos os nossos impostos dão uma ajuda para que, de quando em vez, o IILP se lembre da razão porque foi criado, a língua portuguesa. Seja no Rio de Janeiro ou em Luanda, o importante é justificar algumas despesas, mesmo que a obra seja nula. Aliás, a nulidade das coisas é também um histórico património da Lusofonia.
O QUE DISSE (EM 1 DE AGOSTO DE 2002) O SECRETÁRIO EXECUTIVO DA CPLP
«Desde sua criação, a Comunidade dos Países da Língua Portuguesa tem crescido e se afirmado, mobilizando nossos Governos e nossas sociedades. A solidariedade de uma língua compartilhada e de culturas em tantos aspectos comuns cria perspectivas inéditas para o diálogo político e para a cooperação com vistas à paz e ao desenvolvimento» afirmou João Augusto de Médicis.
Que cresceu, cresceu. O problema é que não basta crescer. É preciso crescer para o sítio certo e afirmar-se junto dos que dela precisam e não apenas nos areópagos alcatifados dos governos. Enquanto a CPLP não perceber que têm de trabalhar para os milhões que têm pouco e não para os poucos que têm milhões, não vai a lado nenhum.
João Augusto de Médicis não tem dúvidas de que «A originalidade de sua criação, o vigor de seu amadurecimento, sua geografia especialíssima, a diversidade de seus objectivos e os avanços já obtidos são prova de sua vitalidade».
Embora um pouco melhor do que o IILP, a CPLP continua sem conseguir levar a carta a Garcia. Eventualmente terão dito ao Secretário Executivo que a missiva já ia a caminho e este, crédulo, acreditou sem olhar pela janela. Se tivesse olhado via que, afinal, a carta (as cartas) foi deitada na valeta que passa junto da primeira esquina.
«Visamos a uma CPLP mais pragmática e focalizada em suas acções, e com uma maior visibilidade e inserção internacionais». O diagnóstico está correcto. A medicação é que não. Ninguém receita antibióticos a povos que só querem, apenas isso, ter alguma coisa para comer. Alguma coisinha, Sr. Secretário Executivo.
JORGE CASTRO
e MANUEL GILBERTO

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