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CPLP
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CPLP parece e funciona como um barco à deriva
- 19-Dec-2002 - 0:19
João Augusto de Médicis quer deixar obra feita numa comunidade que, até agora, é apenas o somatório de oito países
De teoria em teoria, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai mostrando algum trabalho. Tudo indica que o actual secretário-executivo, João Augusto de Médicis, não quer pura e simplesmente passar pelo lugar. Quer deixar obra feita o que, convenhamos, dava algum jeito a um organismo que se assume «como um novo projecto político cujo fundamento é a Língua Portuguesa, vínculo histórico e património comum dos oito, que constituem um espaço geograficamente descontínuo mas identificado pelo idioma comum». É claro que, até agora, esse «factor de unidade» não fundamentou, nem no plano dos seus membros e, muito menos, no plano mundial, «uma actuação conjunta cada vez mais significativa e influente». Quem esperou tantos anos, também espera mais alguns.
Em Angola, Augusto de Médices, mostrou algumas das possíveis saídas, mau grado o manifesto desinteresse dos membros da CPLP, sobretudo dos mais evoluídos (leia-se, Portugal e Brasil). A implementação, segundo o secretário-executivo, de um projecto (mais um) de ensino à distância ajudará na resolução de problemas comuns nas várias áreas de desenvolvimento.
É PRECISO ACORDAR QUEM INTEGRA A CPLP
É verdade. O problema está em passar da teoria à prática. E se o Instituto Internacional de Língua Portuguesa está, há anos, adormecido (apesar de bem teorizado) no papel, valerá a pena pensar noutros projectos? Não seria preferível dar um murro na mesa para ver se os oito países responsáveis pela CPLP acordam? Se não for assim, o melhor é encerrar uma organização que está, desde que nasceu, em falência técnica.
Mais do que criar organismos, institutos e similares; mais do que sugerir novos projectos (viáveis, mas condenados a uma longa noite de sono nos areópagos políticos dos oito), impõe-se pôr a funcionar a própria CPLP. Mais do que uma enciclopédia culinária, pelo menos seis do oito membros desta comunidade precisam de comer alguma coisa, nem que seja em pratos de plástico, nem que seja peixe seco e pirão.
Enquanto não se perceber isso, não há saída.
NÃO BASTA PROJECTAR, É PRECISO FAZER
Relativamente à execução das acções projectadas na última cimeira da CPLP, Augusto de Médicis salientou, em Luanda, «a criação de um conselho empresarial que consistirá na união do empresários dos países que integram a comunidade em duas vertentes, nomeadamente a criação de um fórum de empresários».
«A outra vertente tem a ver com o centro de excelência empresarial localizado em Luanda e já em actividade. Este centro vai formar o seu primeiro grupo de jovens empresários, principalmente para pequenas e médias empresas, que são as que empregam mais gente e criam melhores condições de trabalho», frisou.
Sejamos sérios. Estes e outros projectos não podem ser imputados à CPLP enquanto entidade com oito membros. A CPLP não pode reivindicar para si o somatório dos projectos individuais, ou bilaterais, levados a cabo por um ou mais dos seus signatários.
Recorde-se que, segundo a sua constituição, a CPLP tem como objectivos gerais «a concertação política e a cooperação nos domínios social, cultural e económico, por forma a conjugar iniciativas para a promoção do desenvolvimento dos seus povos, a afirmação e divulgação crescentes da língua portuguesa e o reforço da presença dos oito a nível internacional».
LUSOFONIA OU OUTRA FONIA? – A ESCOLHA É NOSSA
Pelo andar da carruagem (boas ideais que ficam no papel), corremos o risco de ver a Lusofonia substituída pela francofonia ou por outra qualquer fonia. É que eles, ao contrário de nós, não projectam fazer – fazem.
Será isso que os políticos das pátrias que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa querem que aconteça? Será isso que os empresários querem que aconteça?
Cá estamos para ver, esperando que não se repita a história do burro que quando estava quase a saber viver sem comer... morreu.
E se cá estamos para ver, também cá estaremos para dizer quem foram os que estavam a cantar no convés enquanto o navio se afundava.
Resta-nos acreditar (continuar a acreditar) que a Lusofonia pode dar luz ao Mundo e que, por isso, não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar. Se calhar, mais uma vez, estamos a tentar o impossível. Mas vale a pena (até porque a alma não é pequena) já que o possível fazemos nós todos os dias. A bem dos milhões que (ainda) falam português.
MANUEL GILBERTO
Foto: AngolaPress

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