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Cultura
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Portugal e Brasil devem aprofundar estudos académicos
- 1-Dec-2004 - 17:08
Portugal e o Brasil devem aprofundar os estudos académicos sobre as suas identidades comuns, defendeu em São Paulo o secretário de Estado dos Bens Culturais português.
José Amaral Lopes falava durante a abertura do seminário "Luzes nos Trópicos: A Capitania de São Paulo no Século XVIII", que decorrerá até dia 03.
O encontro está a ser realizado pela Cátedra Jaime Cortesão, órgão da Universidade de São Paulo (USP), associada ao Instituto Camões (IC) e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal.
Durante três dias, investigadores brasileiros e portugueses vão discutir as transformações sociais, políticas, científicas e culturais do Império português no período pombalino e suas consequências, nomeadamente na história de São Paulo.
"Queremos rever leituras das historiografias portuguesa e brasileira para apresentar o estado actual dos acervos documentais, incentivando novas investigações", disse, por seu turno, a professora da USP Vera Ferlini, uma das organizadoras do seminário.
O seminário conta com a participação do comissário das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, em 2000, Joaquim Romero Magalhães, da Universidade de Coimbra (UC).
Participarão igualmente os historiadores Tiago Miranda, Pedro de Faria e Ângela Domingues, da Universidade Nova de Lisboa (UNL), e Luís Reis Torgal, da Universidade de Coimbra.
A programação inclui ainda as participações de Jorge Couto, da Universidade de Lisboa (UL), José Luiz Cardoso, da Universidade Técnica de Lisboa (UTL) e Nuno Monteiro, do Instituto de Ciências Sociais (ICS).
O seminário internacional insere-se num conjunto de actividades organizadas simultaneamente com a exposição "Laboratório do Mundo", que está a ser realizada em colaboração com o Ministério da Cultura de Portugal, a Universidade de Coimbra e a Pinacoteca do Estado de São Paulo.
A mostra, patente até 13 de Março de 2005, em comemoração dos 450 anos de fundação de São Paulo, assinalada este ano, trará cerca de 200 peças dos museus Pombalino de Física e Astronómico da Universidade de Coimbra.
A exposição distribuída por uma área de 564 metros quadrados e ocupando sete salas da Pinacoteca do Estado reúne um total de 212 peças, entre as quais cerca de 200 instrumentos científicos e documentos do século XVIII pertencentes à Universidade de Coimbra, além de cartas, mapas, quadros, gravuras, aguarelas e pinturas do acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Os instrumentos apresentados na exposição foram adquiridos pelo Colégio Real dos Nobres de Lisboa e posteriormente transferidos para Coimbra em 1772.
O evento contará igualmente com um ciclo de palestras sobre o conhecimento científico no Império Português, na segunda metade do século XVIII.
Outra exposição, que decorrerá de 25 de Janeiro a 25 de Abril, também em colaboração com a USP, trará a história dos mapas cartográficos sobre a então Capitania de São Paulo, nomeadamente após 1750.
A mostra "Cartografia de uma História" pretende mostrar o processo de ocupação territorial, e definição das fronteiras e as formas de representação cartográfica da então administração portuguesa.
A exposição pretende igualmente apontar elementos do processo de afirmação da presença portuguesa nas partes meridionais da América e de acesso à Bacia do Rio da Prata.
A Cátedra Jaime Cortesão desenvolve um conjunto de actividades de investigação sobre o Império Português, com destaque na região Atlântica, desde o século XV até o estabelecimento do Império Luso- brasileiro no Rio de Janeiro, no século XIX.
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