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Bruma seca pode reduzir produção agrícola
- 13-Jan-2005 - 15:11
As autoridades de São Tomé e Príncipe admitem uma redução considerável de produção agrícola nos próximos anos, como consequência da "bruma seca" que invadiu, há oito dias " o arquipélago, disse à Agência fonte oficial.
Em declarações a Agência Lusa, o director geral da Agricultura são-tomense, o agrónomo Américo Rocha, sublinhou que " a produção poderá diminuir uma vez que a planta terá dificuldade de se desenvolver" como consequência deste fenómeno natural que se regista no arquipélago.
Américo Rocha explicou que "o pó suspenso no ar impedirá, naturalmente, o processo da fotossíntese, dificultando o desenvolvimento da planta".
Contactado pela Lusa, o perito do Instituto nacional de meteorologia de São Tomé e Príncipe Aristomenes Nascimento adiantou que a bruma reduzirá também a chuva, afectando ainda mais a produção agrícola no país.
"O fenómeno afectará em grande medida a pluviosidade com influência negativa para agricultura", sublinhou o meteorologista são- tomense.
Apesar de se tratar de um fenómeno que anualmente acontece entre Janeiro e Fevereiro no arquipélago, Aristomenes Nascimento disse que este ano foi mais grave, com o vento a transportar poeiras provenientes do deserto do Saara e atingindo vários países do Golfo da Guiné.
Devido às condições climatéricas, nomeadamente à falta de chuva, registou-se em 1983 no país uma das piores crises alimentares.
A agricultura é a principal base da economia de São Tomé e Príncipe, com o cacau a liderar a lista de exportações, com cerca de três milhões de dólares anuais.
A produção agrícola inclui ainda produtos básicos para sobrevivência da população, nomeadamente a banana, fruta-pão e mandioca.
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