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Afonso Dhlakama visitará Portugal em Abril
- 17-Jan-2003 - 17:00
O líder da Renamo, o antigo guerrilheiro e um dos protagonistas do Acordo de Paz de Moçambique em 1992 Afonso Dhlakama, visitará Portugal em Abril, para contactos com as autoridades portuguesas, disse hoje o secretário-geral do partido, em Lisboa.
Viana da Silva Magalhães, que ocupa o cargo de secretário- geral da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) desde há três meses, termina hoje em Lisboa uma visita de trabalho de cinco dias, destinada também a preparar a visita do seu líder.
O reforço de laços de amizade e a apresentação de uma nova imagem do partido, "mais dinâmica e disposta a reformas", numa perspectiva de vir a ser governo em Moçambique, foram as tónicas dos diferentes contactos políticos e partidários que Viana Magalhães manteve em Lisboa.
A aposta inicial, disse, será nas próximas eleições autárquicas, as segundas de Moçambique, nas quais o seu partido participa pela primeira vez, candidatando-se aos 33 círculos eleitorais.
As primeiras eleições ocorreram em 1988 e foram boicotadas pela Renamo. A Frelimo, partido no governo desde a independência do país em 1975, saiu vitoriosa.
Além de um encontro com o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, António Lourenço dos Santos, o secretário-geral da Renamo manteve contactos com representantes dos grupos parlamentares do CDS/PP, PSD e PS.
Viana da Silva Magalhães dialogou ainda com responsáveis das relações internacionais do CDS/PP e PSD, este último partido pertencente à mesma "família política" da Renamo, nomeadamente através da União Democrática Internacional (IDU) e da Internacional dos Partidos Democrata-Cristãos e Populares (CDI).
Formado em linguística pela Universidade Eduardo Mondlane e antigo responsável pela informação da Renamo, Viana Magalhães, de 33 anos, disse à Agência Lusa que o seu partido, "afastados alguns elementos que não queriam reformas", é agora dinâmico, apostado na juventude e no desenvolvimento descentralizado do seu país.
Na convicção de que a Renamo será governo nas próximas eleições gerais em 2005, Viana Magalhães adiantou que o partido garantirá um novo Código de Investimento, atractivo, e privilegiando o desenvolvimento da agricultura, com a concessão de isenções de impostos.
Nos seus contactos, Viana Magalhães apontou a necessidade de consolidar a democracia em Moçambique e apelou à comunidade internacional para acompanhar as próximas eleições no país, "para que não se repitam fraudes como as anteriores".
No intuito de tranquilizar as populações moçambicanas, face às críticas de que a Renamo quereria ascender ao governo "para sacar e por isso seria preferível a continuidade", Viana Magalhães afirmou: "nós nunca roubámos, não temos o principio de sacar as populações, já por si tão pobres, e nunca o iremos fazer".
Neste âmbito, garantiu que se a Renamo for governo irá promover o desenvolvimento das regiões moçambicanas mais desfavorecidas.
Moçambique, um país de onze províncias onde só a da Zambézia é maior do que Portugal, apresenta um desenvolvimento assimétrico e a maioria dos seus 17 milhões de habitantes, sobretudo nas zonas do interior, vive abaixo do limiar da pobreza.
Co-fundador da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em 1996, Moçambique foi presidente em exercício da CPLP desde a cimeira de Maputo, em 2000 até 2002.
Alcançada a independência, Moçambique embarcou num ousado e entusiástico projecto de sociedade "marxista", cujo fracasso se acentuou em consequência da guerra civil que estalou no país poucos anos depois.
Em 1987, para evitar o colapso, iniciou um programa de reajustamento estrutural, com adopção da economia de mercado e políticas restritivas, complementadas, em 1990, com a reforma constitucional que consagrou as liberdades e introduziu o multipartidarismo.
O fim de 16 anos de guerra civil, envolvendo forças governamentais e da RENAMO, com os acordos de Paz de Roma a 04 de Outubro de 1992, permitiu tornar Moçambique um país modelo de reconstrução a nível internacional.
Isto numa altura de grande cepticismo em relação a África, devido aos sucessivos e generalizados conflitos étnicos, à fome e aos desastres naturais e humanitários.
Primeiro foi o "bem sucedido processo de paz", supervisionado pelas Nações Unidas, numa das raras operações da ONU em África realizadas com êxito, que incluiu o regresso de cerca de quatro milhões de refugiados nos países vizinhos e o envio para Moçambique de forças de manutenção da paz.
A realização de eleições presidenciais e legislativas em 1994 e 1999 e autárquicas em 1998, bem como a consolidação das instituições democráticas, suscitou elogios internacionais, sendo Moçambique apontado como um "exemplo" de convivência pacífica e democrática no continente africano.

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